No atual mercado de trabalho, todo conhecimento é válido
Em um mercado de trabalho cada vez mais concorrido, qualificação profissional (diploma universitário) é um quesito indispensável, correto? Não necessariamente, ao menos para as mais importantes empresas de tecnologia do mundo, como Google, Apple e IBM. A informação consta em um levantamento feito pelo site de busca de empregos Glassdoor. Além das gigantes de tecnologia, figuram na listagem empresas como Hilton, Whole Foods, Starbucks e Bank of America.
Não que elas desconsiderem a formação tradicional ao contratarem seus colaboradores, muito pelo contrário. Mas, cada vez mais, estão ampliando o seu leque de análise e considerando a qualificação de profissionais sem diploma universitário em seus processos seletivos. A mudança de comportamento tem uma motivação prática: o número de vagas no setor é superior à quantidade de candidatos. Além disso, o desenvolvimento de setores como o de Tecnologia tem motivado o desenvolvimento de novas habilidades e a criação de “novos empregos”.
Um outro modelo de formação
A vice-presidente de talentos da IBM, Joanna Daley, declarou ao site CNBC Make it que, em 2017, cerca de 15% das contratações de sua empresa nos EUA não têm graduação de quatro anos. Segundo ela, em vez de olhar exclusivamente para candidatos que foram para a faculdade, a IBM agora avalia também os candidatos que têm experiência prática por meio de bootcamps (programas de ensino imersivo que focam nas habilidades mais relevantes de determinada área), outros empregos ou mesmo por esforço próprio. Na visão da empresa, cursos livres ou vocacionais e a experiência adquirida no trabalho muitas vezes são mais eficazes do que o conhecimento adquirido em quatro anos de universidade, por exemplo.
De acordo com levantamento da Associação de Controle e Auditoria de Sistemas de Informação dos EUA (Information Systems Audit and Control Association, em inglês), 55% dos recrutadores da área consideram a experiência prática a qualificação mais importantes. “Os ‘novos empregos’ não apenas trazem candidatos que constroem habilidades através de outros campos de conhecimento, mas também profissionais mais velhos ou aposentados que retornam ao mercado de trabalho”, afirma Joanna.
Seres humanos excepcionais
Em 2004, o então vice-presidente de Recursos Humanos da Google, Laszlo Bock, declarou em entrevista ao The New York Times que a companhia priorizava a capacidade cognitiva geral do candidato, não o seu quociente de inteligência. “É a capacidade de aprender. É a capacidade de processar na hora. É a capacidade de reunir diferentes tipos de informações”, disse. “Quando você olha para pessoas que não fazem faculdade e, mesmo assim, fazem o seu caminho no mundo, elas são seres humanos excepcionais. E devemos fazer tudo o que pudermos para encontrar essas pessoas. Muitas faculdades não cumprem o que prometem. Você gera uma tonelada de dívidas e dúvidas, você não aprende as coisas mais úteis para a sua vida. É [apenas] uma adolescência prolongada”, acrescentou.
A Escola São Paulo pensando no futuro
A Escola São Paulo é, desde 2006, um espaço democrático de compartilhamento de experiências e de conhecimento, a favor de iniciativas que promovam o diálogo e o respeito às diferenças e que contribuam para que a gente possa viver em uma sociedade mais justa, respeitosa e generosa. Não acreditamos em verdades absolutas. A nossa proposta é fazer um convite à reflexão. A partir dessa responsabilidade procuramos profissionais atuantes no mercado e produzimos cursos com conteúdos que a gente tem curiosidade em estudar e acredita que são relevantes e que vão acrescentar alguma coisa na vida das pessoas.
Em um mundo em constante transformação como o nosso, um diploma de graduação já não é garantia de sucesso. No atual mercado de trabalho, mais importante que um certificado acadêmico é o conhecimento adquirido por cada profissional, seja pelos métodos tradicionais ou por vias menos convencionais.
#escolasaopaulo #descubra #reinvente #viva