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RODRIGO POLACK: TEM IDADE CERTA PARA SER FASHION?

A relação entre moda e celebridade sempre foi assunto de discussões animadíssimas. E um disputado red carpet é sempre palco perfeito para patrulhas de todos os tipos, destilarem seus venenos com o antigo ‘Certo e Errado’, nas redes sociais.
Alguns tópicos são mais comuns na hora de apontar o dedo… a marca do vestido, o valor das jóias, o corpo ideal, as rugas (Ó ceús, dessa nem a Nossa Senhora do Botox Perfeito escapa!) and um dos mais comentados, a tão temida IDADE. 

Vou começar citando a sempre criticada Madonna. Com seus bem vividos 59 anos, é julgada se aparece de cara lavada, boné e look de academia. Se aparece com o rosto photoshopado e pele de cera na capa da revista, lá vem pedrada. De body e meia arrastão nos shows… “Já poderia ser avó!”. De viúva siciliana no MET Gala… “Não surpreende como antes!”. 

Outra que nunca escapa aos olhares dos críticos, é Donatella. Criticada desde a época dourada da marca, em que era musa de Gianni, a italianíssima herdeira platinada da Versace (mais magra que as modelos de seus desfiles e com bronze cenoura) dá de ombros para quem tem a língua afiada e continua mostrando seus braços em alcinhas ultra-sexy e pernas em fendas escandalosas. A grande diferença do passado para agora, aos olhos de quem tem essa tal língua afiada, é o fato de ter 63 anos, e claro, a quantidade de toxina botulímica e ácido hialurônico aplicados em seu rostinho. 

Sarah Jessica Parker, ao longo de muitos anos como Carrie Bradshaw, deixou o mundo passado a ferro, com seus looks extravagantes e fashionistas em último grau. Volume nos cabelos, saias de tule, it bags, labels, labels, labels, e um lifestyle novaiorquino que dava vontade de arrumar as malas e fugir pra Big Apple ganhar a vida. Ai Carrie, como te amava! 

Já Sarah, entrou nesse mood e se transformou em um ícone fashion à altura de sua personagem em Sex And The CityForever! No último Met (montadíssima de Dolce & Gabbana), com rugas aparentes, encarando seus 53 anos em closes sem prenchimentos em excesso, foi chamada de VELHA por muita gente. 

Anna Dello Russo, editora da Vogue Japão, também joga no mesmo time das absurdinhas, que despertam reações diversas a respeito de seu lifestyle FOREVER YOUNG. Jane Fonda, sua F*DA! No Oscar 2018, aos 80 anos, usou branco total e maravilhosa, agradou a maioria. Ainda assim, ouviu-se… “Linda AINDA, mas é escrava da beleza. Não come e se mata de malhar.” Iris Apfel, americana de 96 anos, designer de interiores, empresária e intusiasta da moda, dona de uma coleção de óculos gigantes, pulseiras coloridíssimas e roupas estampadas, sábia, disse uma vez… “Vestir-se de acordo com a idade, é uma grande idiotice”. 

Let’s talk about Brasil… 

Hebe Camargo, musa maior da nossa tv e seus vestidos curtos, com pernas torneadas de dar inveja a qualquer new face. Elke Maravilha, rainha do absurdo até sua morte. Sem medo de ser feliz! Gloria Maria, belíssima, mãe de duas crianças e ainda com tempo (e disposição!) para rodar o mundo a trabalho. Fernanda Montenegro, clássica, chiquérrima always, e sem plásticas em plena era do HD. Costanza Pascolato, com seu topete/moicano e óculos escuros inconfundíveis, workaholic e antenada master no novo, esbanja frescor em tudo o que faz. 

Quer saber o real significado de coragem aos 60, 70, 80 e 90 anos? Acesse @advancedstyle, no Instagram. Mulheres fantásticas, overdressed, em looks espetaculosos, multicoloridos e cheios de vida! 

Ser sexy e jovem, independe dos centímetros de pele à mostra ou da sua idade. Depende sim de ATITUDE! E isso, ou você tem ou não tem. Poder ou não usar um look, fazer dezenas de plásticas ou encarar as marcas de frente, ficar loiríssima ou deixar os cabelos grisalhos, são escolhas pessoais. Afinal, o que PODE ou NÃO PODE? Você é quem dita as regras.
Seja a pessoa mais interessante que você conhece. E ser AGELESS é exatamente isso, estar FRESH, independente dos anos vividos.

Ficaria horas escrevendo sobre mulheres fantásticas que admiro, mas essa coluna está um pouco grandinha e eu já estou atrasado para uma consulta com a minha dermato maravilhosa.

Rodrigo Polack é stylist há 15 anos, professor da Escola São Paulo no curso Styling, apresentador do programa 5 Looks, no Discovery Home & Health, ao lado de Chris Flores e colunista semanal da Revista QUEM Inspira. Clique aqui para ler a matéria original! 

Créditos das imagens: Instagram @advancedstyle 

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STYLIST RODRIGO POLACK EXPLICA POR QUE PRODUTOS FALSIFICADOS NÃO VALEM A PENA

Samantha Jones mostra à Carrie Bradshaw uma bolsa Birkin que acabou de comprar no mercado negro, e depois de rasgar elogios à cópia perfeita, ainda argumenta que ninguém saberia que o tao desejado item é falso. Carrie, gênia, diz: “As pessoas podem não saber, mas VOCÊ sabe.” 
That’s the point, baby!
 A cena do seriado Sex And The City, poderia se passar em qualquer lugar (rico ou pobre) do mundo. Dos “ching lings” da vida às barracas em ruas super charmosas em Roma, a indústria do fake se dissemina de um jeito vergonhoso. E lá você também encontra toda a linha da Supreme X Louis Vuitton, o cintão gigante amarelo da Off-White, as camisetas e tênis de tigrinho da Gucci, chinelos com a medusa da Versace, e até, pasmem, PEÇAS EXCLUSIVAS — sim, dessas que nem as marcas originais possuem. Ou seja, criações feitas pelos próprios falsificadores! Oh Lord!  

Adquirir uma peça fake, simplesmente para impressionar alguém, é de uma cafonice tremenda. Ou você tem dinheiro para comprar o original, ou vai atrás de algo único, mais barato, mas que respeite a criação, em todo o seu processo. E a falta de qualidade? Bom, lixo vai parar no lixo, em pouquíssimo tempo

Lembro na minha infância de vizinhas irem ao Paraguai comprar muambas mil. Montavam verdadeiros shopping centers em plena sala de tv. Tinham  desde bronzeador Rayto de Sol e perfume Azzaro, ao cachorrinho que dava cambalhota e o soldado idiota que rastejava no chão. Ah, não poderia jamais me esquecer de uma sombrinha branca bizarra, com a cara da Madonna estampada, e seu cabo plástico de cisne!    

Todo esse universo “importado do Paraguai”, foi precursor do que viria com tudo, nos 90’s, com as lojas de 1,99 e suas tranqueiras da China. As Barbies apareceram em versões assustadoras, com maquiagens de dar medo a qualquer criança de 2 anos. Isso sem falar nos CDs piratas que acabaram com o mercado fonográfico e por aí vai.   

Na adolescência, por volta dos 15 anos, teve o boom das camisetas, moletons e jaquetas do Hard Rock Café e Planet Hollywood. Coitado daquele que voltava das férias sem um deles. Os mais basiquinhos vinham de Orlando ou Miami. Mas de vez quando aparecia uma fofa desfilando sua jaqueta jeans, bordada em linhas metalizadas HARD ROCK CAFÉ TOKIO. Nem preciso dizer que essa era a garota mais respeitada (e invejada!) do colégio. Um belo dia, essas peças começaram a Raparecer num ou outro, com estampas tortas e bordados toscos. Foi o fim do desejo. Aquele símbolo de status e poder, se tornou desinteressante, sem graça e morreu.  

SENHOR, como pude sobreviver a tudo isso sem sequelas? Me diz? Bom, nada melhor que ver todas essas porcarias ao vivo no passado, e me tornar um adulto vacinado a tudo o que é pirata.  

O ser humano, em qualquer idade,  se alimenta de símbolos para compensar as inseguranças e frustações. Como se um relógio fosse dizer a todos… “Hey, olha como sou f*da!” Longe de mim ditar regras e ser contra consumismo, que fique bem claro. Pelo contrário, sou aficionado por algumas marcas e pelo design original, e NÃO abro mão de qualidade.  

Só digo uma coisa… se não pode ter o “real oficial”, não tenha. Em época de fake news, uma boa e original idéia é tão rara quanto uma Birkin Hermès azul de croco.

Rodrigo Polack é stylist há 15 anos, professor da Escola São Paulo no curso de Styling, apresentador do programa 5 Looks, no Discovery Home & Health, ao lado de Chris Flores e colunista semanal da Revista QUEM Inspira. Clique aqui para ler a matéria original!