Símbolo de arquitetura moderna e modelo de convivência urbana, Copan é tema de documentário
Considerado por especialistas como exemplo de arquitetura moderna e convivência coletiva nos grandes centros urbanos, o edifício Copan é o personagem central do documentário Copan 60 Horas. Produzido pelo canal GloboNews, com roteiro e direção da jornalista Cristina Aragão, a obra se propõe a mostrar como a arquitetura interfere na vida dos habitantes.
A ideia do projeto surgiu a partir de uma entrevista do premiado arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha à jornalista no programa Milênio. Na ocasião, ele apontou o edifício como símbolo da democracia do convívio em ambientes urbanos e da utopia social defendida pelo seu criador, Oscar Niemeyer.
Projetado na década de 1950, no centro da capital paulista, o Copan é composto por seis blocos, 35 andares, 1.160 apartamentos e mais de cinco mil habitantes, de diferentes idades, perfis e classes sociais. Para captar o cotidiano e a essência do edifício, Cristina Aragão alugou uma quitinete no 14º andar do bloco , o mais popular dos seis blocos, e permaneceu no local por 60 horas – ou dois dias e meio – com sua equipe percorrendo corredores, galerias e entrevistando moradores.
“O Copan tem uma representação simbólica muito grande. É um estilo de vida em que as pessoas acreditam que o convívio com o outro, o diferente, é possível.
As galerias do térreo permitem que o público e o privado convivam. Há uma integração entre os moradores e as pessoas de fora.” Destacou Cristina Aragão em entrevista à Folha de São Paulo
“As motivações pelas quais as pessoas escolhem morar no Copan são das mais variadas. Umas, pela vista privilegiada da cidade, outras, pela localização central, mas um ponto em comum é a arquitetura. O crise-soleil – espécie de marquise que diminui a incidência do Sol nos apartamentos, mas mantém a entrada da luz -, exerce um fascínio unânime”, completa.
Como resultado, além de informações sobre aspectos técnicos e históricos e as razões que motivam as pessoas a escolherem o prédio como moradia, o documentário conseguiu registrar curiosidades, como as sessões de meditação realizadas às seis da manhã no heliponto do edifício e um apartamento que serve de moradia temporária para alunos e professores de arquitetura de todo o país.
“É uma possibilidade de não ter limites. Eu não tenho limites visuais, meu pensamento vai aonde eu quiser” – Pedro Herz, editor, morador do Copan.
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