Publicado em

MAGIA DA MÚSICA

Por Denise Lagrotta, do time da HumansCanFly e colunista da Escola São Paulo

“Música dá alma para o universo, asas para a mente, voo para a imaginação, e vida para tudo” – Platão

A vida é permeada pela música. Ela nos permite sonhar, vibrar, relaxar, focar, imaginar. Também nos motiva, nos diverte, nos emociona. Mas vai muito além disso.

Escritos de mais de 4000 anos na China, Índia e Egito relatam que a música era utilizada para o bem estar, elevação espiritual e fins terapêuticos. No Ocidente, a palavra música nasceu na Grécia  — onde “Mousikê” significava “A Arte das Musas” — e era considerada um fenômeno de origem divina, ligada à magia e à mitologia.

Albert Einstein tinha uma forte ligação com a música. Para ele “a música e a pesquisa em física originam-se de fontes diferentes, mas são intimamente relacionadas e ligadas por um fio comum, que é o desejo de exprimir o desconhecido”.

Para o compositor Philip Glass, música é troca, diálogo, compartilhamento.

musicoterapia trouxe benefícios à ex-ginasta Lais Souza após o grave acidente que lhe retirou  movimentos de braços e pernas. Ela chegou a perder a capacidade de respirar e revelou que os exercícios de canto a fizeram melhorar muito.

Estudos recentes apontam que a música ajuda no tratamento de Alzheimer e de outras doenças neurológicas. Pelo conteúdo emocional, a música alcança determinadas áreas cerebrais que ativam áreas da memória.

O neurologista Oliver Sacks escreveu sobre este fenômeno no livro Musicophilia: Tales of Music and Brain. Ele diz que esses pacientes perdem sua autobiografia, mas ao ouvirem a trilha sonora de uma época anterior eles podem recuperar não só a memória dos próprios sons, como também os eventos que lhe são inerentes, propiciando momentos de prazer e paz.

A Organização Music & Memory — dedicada a ajudar os idosos a se conectar à música, incluindo a coleta de iPods usados para doação – traz o registro da história comovente do paciente Henry, que ganha vida quando escuta músicas de sua juventude.

O compositor Robert Alexander transforma dados científicos de satélites espaciais em sons que agradam aos ouvidos e ajudam a fazer descobertas. Ele acredita que há alguns fenômenos que podem ser entendidos diretamente e intuitivamente pela análise visual, já outros fazem mais sentido se ouvidos.

Um experimento desenvolvido pelo brasileiro Eduardo Miranda pode transformar em realidade os sonhos de milhares de músicos profissionais e amadores. Trata-se do projeto de neurotecnologia musical que “lê pensamentos” com a ajuda de uma espécie de touca que capta ondas cerebrais e promete transformá-los em música, mudando completamente o processo tradicional de composição.

A música também tem o poder de transformação, como o exemplo inspirador da orquestra que nasceu do lixo.

Podemos encontrar inúmeras razões para traduzir o alcance da música na nossa vida. Mas a música transcende à razão.

Via IDEAPLEX