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CONHEÇA O FAROL SANTANDER

Símbolo da transformação de São Paulo em metrópole

Um dos prédios mais icônicos de São Paulo, o Edifício Altino Arantes, antigo prédio do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), popularmente conhecido pelos paulistanos como Banespão, é um ótimo programa para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre a história da capital.

Projetado pelo arquiteto Plínio Botelho do Amaral, o prédio foi inspirado na arquiteturaartdecódo Empire StateBuilding de Nova York e começou a ser construído em 1939, ficando pronto em 1947. Símbolo da transformação da cidade em metrópole, o edifício foi estrategicamente instalado entre as ruas São Bento, XV de Novembro e Direita, região conhecida na época como o centro financeiro da capital.

Com 161 metros de altura e 35 andares, o prédio foi considerado a maior construção de concreto armado do mundo e por quase 20 anos foi o maior edifício da cidade – o título foi perdido em 1960 para o Condomínio Mirante do Vale, no Vale do Anhangabaú, e seus 170 metros. Adotado pelos paulistanos, o Banespão se tornou um cartão-postal da capital, não apenas pela sua magnitude, mas principalmente pelo seu mirante, que proporcionava uma visão panorâmica da cidade que crescia velozmente ao seu redor.

No ano 2000, o banco Santander comprou o Banespa e adquiriu o imóvel para o seu patrimônio. Em 2014, a construção foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e, no ano seguinte, foi fechada para uma reforma que durou dois anos. O prédio foi reaberto em janeiro de 2018com o nome de Farol Santander e a proposta de ser um espaço de cultura, entretenimento e lazer.

MEMÓRIA, ARTE, LAZER E EMPREENDEDORISMO

Dos 35 andares do edifício, 11 agora estão abertos para visitação. O tour é dividido em quatro eixos: memória, arte, lazer e empreendedorismo. Ao adentrar o prédio, os visitantes dão de cara com um lustre de cristal de 13 metros e uma tonelada, presente no edifício desde 1988, que foi totalmente restaurado. No segundo andar, é possível conferir um vídeo sobre a história do prédio e algumas projeções. Já no terceiro, há um painel interativo sobre a história do dinheiro brasileiro, dos réis do período imperial até o real dos nossos dias.

No quarto andar, fica uma exposição permanente do artista Vik Muniz, com sete painéis com retratos do prédio produzidos à base de dez toneladas de sucata entulhos de obras do prédio. No quinto andar, é possível ver móveis e alguns objetos originais utilizados nos escritórios do antigo Banespa nas décadas de 1940 e 1950. Boa parte do acervo foi produzida pelo Liceu de Artes e Ofícios, uma das mais tradicionais escolas da cidade.

No oitavo andar, são realizadas palestras quinzenais, aos sábados, coordenadas pela Garimpo de Soluções, enquanto que no 21º andar foi instalada uma pista de skate, projetada pelo campeão mundial Bob Burnquist, que conta com um percurso de street e estrutura para iniciantes e avançados. Os andares 22 e 23 são dedicados à arte e abrigam, por uma temporada de quatro meses, obras de dois artistas (um nacional e o outro estrangeiro) sempre sobre o mesmo tema. A curadoria dos espaços é feita pelo empresário Facundo Guerra, que emprega o conceito da arte imersiva (que permite ao visitante interagir com as obras).

No 25º andar, foi instalado um loft de 350 metros quadrados com vista panorâmica criado pelo Triptyque, o premiado escritório de arquitetura. Com capacidade para abrigar até cinco pessoas(em caso de hospedagem) ou 50 (em caso de evento), o imóvel está aberto para hospedagem. Os valores e as reservas estãonoAirbnb.

O mirante, a mais tradicional atração do prédio, está localizado no 26º andar. No local, foram instaladas placas de vidro para garantir a segurança dos visitantes. De lá é possível ter uma visão de 360 graus da cidade e observar pontos como o Pico do Jaraguá, a Avenida Paulista e até a Serra do Mar. A área agora conta também com uma unidade do Suplicy Cafés Especiais, que oferece almoço executivo, drinques e brunch no fim de semana. Um passeio imperdível que promove um encontro entre a São Paulo do passado com a cidade de hoje.

SERVIÇO

O QUE: Farol Santander
ENDEREÇO: Rua João Brícola, 24, centro
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: Terça a domingo, das 9h às 20h
VALOR DO INGRESSO: De R$ 15 a R$ 20, dependendo dos espaços que o visitante deseja conhecer
MAIS INFORMAÇÕES: www.farolsantander.com.br

Imagens de divulgação

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CONHEÇA A PINACOTECA, O MAIS ANTIGO MUSEU DA CIDADE

Conhecer prédios históricos, museus, ruas e comércios é uma maneira eficaz de vivenciar a cidade em que se mora. Em São Paulo, há inúmeros locais que oferecerem uma experiência única da cidade e podem ser visitados de carro, ônibus, metrô, trem e bicicleta.  

A Pinacoteca é um deles. Instalado no prédio que abrigou o Liceu de Artes e Ofícios, projetado por Ramos de Azevedo em 1897, é o mais antigo museu da capital e tem como foco a arte visual brasileira produzida entre os séculos 19, 20 e 21. Quando inaugurada, em 1905, a Pinacoteca possuía apenas 26 pinturas de artistas da cidade. O evento de inauguração contou com a presença do então presidente da República, Rodrigues Alves, do presidente do Estado, Jorge Tibiriçá e de outras autoridades.  

Atualmente, o espaço mantém um acervo de 11 mil obras composto por pinturas de importantes artistas paulistas, como Almeida Júnior, Pedro Alexandrino, Antônio Parreiras e Oscar Pereira da Silva e Almeida Júnior, Pedro Alexandrino e Oscar Pereira da Silva, além de Cândido Portinari, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. O museu realiza cerca de 30 exposições anualmente e recebe cerca de 500 mil visitantes durante o período.  

De 1993 a 1998, o museu passou por uma ampla reforma chefiada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. O projeto, elogiado em todo o mundo, foi considerado um ótimo exemplo da união entre arquitetura antiga e moderna e conquistou, no ano 2000, o Mies Van der Rohe, um dos mais importantes prêmios da Arquitetura no mundo.

MEMORIAL DA RESISTÊNCIA
Em 2004 a Pinacoteca incorporou o edifício do Largo General Osório que, originalmente, pertencia à companhia Estrada de Ferro Sorocabana e servia de armazéns e escritórios do empreendimento. O prédio foi reformado pelo arquiteto Haron Cohen e rebatizado de Estação Pinacoteca, ou Pina_Estação, e recebe parte do programa de exposições temporárias do museu.  

No térreo do espaço, funcionou, entre os anos 1940 e 1983, a sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas do país, principalmente durante a Ditadura Militar. Após a incorporação ao museu, foi instalado no local o Memorial da Resistência de São Paulo que tem o objetivo de preservar as memórias da resistência e da repressão política do Brasil. No local, estão preservados parte dos registros do antigo órgão de repressão e há uma cela restaurada aberta para visitação. 

O Memorial da Resistência de São Paulo é, desde 2009, membro institucional da Coalizão Internacional de Sítios de Consciência, uma rede mundial que agrega instituições constituídas em lugares históricos dedicados à preservação das memórias de eventos passados de luta pela justiça – o Museum of Women’s Resistance (MoWRe), sobre feminismo, e o Memorial de Auschwitz, dedicado às vítimas do nazismo, integram a mesma rede.

PRIMEIRO JARDIM PÚBLICO DA CIDAD


Localizado ao lado do prédio da Pinacoteca, o Jardim da Luz abriga obras de Amilcar de Castro, Marcelo Nietsche, Leon Ferrari e Lasar Segall. Tombado como patrimônio histórico, o espaço foi a primeira área de lazer da cidade, criada em 1798.  

Até meados do século XIX, o jardim era pouco frequentado pelos paulistanos, mas a partir da inauguração da Estação da Luz, em 1867, e da instalação de um observatório astronômico, o lugar passou a ser parada obrigatória não apenas dos moradores da cidade, mas também dos viajantes que chegavam à capital de trem vindos do interior do Estado ou de Santos.  

No ano de 1930, o museu foi ocupado pelo exército durante dois meses e transformado em quartel-general. Dois anos depois, o prédio foi ocupado novamente durante a Revolução Constitucionalista.  

SERVIÇO 
Endereço: Praça da Luz, 02 – em frente à estação Luz do Metrô e da CPTM
Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 17h30
Ingressos: R$ 6,00, sendo R$ 3,00 reais a meia-entrada para estudantes com carteirinha (aos sábados a entrada é gratuita) 
Informações: (11) 3324-1000 e pinacoteca.org.br
Informações adicionais: a Pinacoteca possui bicicletário e estacionamento gratuitos.