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A NOVA MODA É SUSTENTÁVEL

A seguir, a atualização sobre a semana do Fashion Revolution em abril de 2020, publicada no Instagram:

Marcas, indústrias e varejistas: participem da Semana Fashion Revolution Digital!

O Fashion Revolution não irá realizar nenhuma atividade presencial em abril, mas enquanto marca ou indústria você pode seguir engajado nas nossas campanhas, principalmente revelando como os trabalhadores da sua rede estão amparados neste momento de crise e quais têm sido suas políticas perante isso. ??Por ser um momento complexo para todos, vamos fortalecer a coletividade, atentar para os mais vulneráveis e garantir o bem-estar de nossas comunidades. Suas principais ativações durante a Semana Fashion Revolution podem ser algumas das sugestões na sequência de imagens do post!

Para ler mais e descobrir outras formas de se envolver – durante a Semana e além – veja a publicação completa no site!

#fashionrevolution #quemfezminhasroupas #doquesãofeitasminhasroupas

A MODA

Ao longo de muitos anos a indústria da moda se manteve isolada da sociedade em geral como parte de sua própria proposta de se colocar enquanto algo para poucos. Por muito tempo, se criticou esse isolamento a partir de diversos ângulos, desde elitismo até questões trabalhistas. Felizmente, os novos ventos do comportamento social nos trouxeram uma era de valorização da transparência enquanto paradigma e hoje a situação é diferente.

Mais do que nunca, hoje temos muitos agentes e órgãos interessados em fazer dessa indústria (de extrema importância para a economia mundial) um bom setor para se trabalhar, independentemente da posição na cadeia de produção, e fazer da moda um dos pivôs da mudança de valores do sistema capitalista, reconhecendo na sustentabilidade o único caminho para uma sociedade mais justa.

A MODA E O FASHION REVOLUTION

A moda é uma força a ser considerada. Ela inspira, provoca, conduz e cativa. O Fashion Revolution acredita no poder de transformação positiva da moda, e tem como principais objetivos  conscientizar sobre os impactos socioambientais do setor, celebrar as pessoas por trás das roupas, incentivar a transparência e fomentar a sustentabilidade.

O movimento foi criado após um conselho global de profissionais da moda se sensibilizar com o desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, que causou a morte de 1.134 trabalhadores da indústria de confecção e deixou mais de 2.500 feridos. A tragédia aconteceu no dia 24 de abril de 2013, e as vítimas  trabalhavam para marcas globais, em condições análogas à escravidão.

#QUEMFEZMINHASROUPAS

A campanha #QuemFezMinhasRoupas surgiu para aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda e seu impacto no mundo, em todas as fases do processo de produção e consumo. Realizado inicialmente no dia 24 de abril, o Fashion Revolution Day ganhou força e hoje tornou-se a Fashion Revolution Week, que conta com atividades promovidas por núcleos voluntários, em mais de 100 países.

Queremos tornar a moda uma força para o bem!

SEMANA FASHION REVOLUTION BRASIL

No Brasil, o movimento atua há 5 anos. Durante a Semana Fashion Revolution, e ao longo do ano em eventos pontuais, realizamos ações, rodas de conversa, exibições de filmes e workshops, que promovem mudanças de mentalidade e comportamento em consumidores, empresas e profissionais da moda.

Ficamos muito felizes com o crescimento do movimento, que hoje está estabelecido como Instituto Fashion Revolution Brasil e trabalha em parceria com diversos atores.

A Semana Fashion Revolution 2019 envolveu aproximadamente 25 mil pessoas em 50 cidades do Brasil e contou com mais de 230 voluntários, 48 representantes locais, 55 embaixadores em 114 escolas e universidades, comprometidos com a organização de 815 eventos. Para se ter uma ideia, em 2018 foram realizados 733 eventos, e em 2017, 225. Além disso, aproximadamente 500 marcas de vestuário se engajaram na campanha.

Queremos mostrar ao mundo que a mudança é possível, através do engajamento de todos! A conscientização é o primeiro passo para que poderosas transformações sejam concretizadas. Vamos criar conexões e exigir práticas mais sustentáveis e transparentes na indústria da moda?

No curso Design Sustentável da Escola São Paulo, Eloisa Artuso mostra as suas conexões estabelecidas com marcas e iniciativas para tornar seus processos produtivos mais sustentáveis. Ela ensina como podemos atuar para projetarmos uma sociedade econômica, social e ambientalmente viável. Com uma visão de mundo integrada e uma riqueza de cases de redução de impactos sobre o planeta como um todo, o conteúdo do curso se alinha aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Participe de nossa campanha nas redes sociais, em qualquer momento do ano:

1 – Faça uma selfie com a etiqueta da marca que está vestindo

2 – Pergunte na legenda: @nomedamarca  #QuemfezMinhasRoupas? #FashionRevolution

3 – Poste e faça parte dessa revolução!

“O Fashion Revolution promete ser uma das poucas campanhas verdadeiramente globais a surgir neste século”, diz Lola Young, criadora do Grupo Parlamentar de Todos os Partidos sobre Ética e Sustentabilidade na Moda no Reino Unido.

A co-fundadora do movimento, Orsola de Castro, completa: “Nós queremos que você pergunte: ‘Quem fez minhas roupas?’. Essa ação irá incentivar as pessoas a imaginarem o “fio condutor” do vestuário, passando pelo costureiro até chegar no agricultor que cultivou o algodão que dá origem aos tecidos. Esperamos iniciar um processo de descoberta, aumentando a conscientização de que a compra é apenas o último passo de uma longa jornada que envolve centenas de pessoas, e realçando a força de trabalho invisível por trás das roupas que vestimos”.

CONTATOS

  • Para dúvidas, saber como participar e ver o que esta acontecendo em sua cidade, escreva para a Dandara Valadares no email:

fashionrevolution.br@gmail.com

  • Para apresentar projetos, propostas ou convites, escreva para a nossa diretora executiva Fernanda Simon no email:

brasil@fashionrevolution.org 

  • Marcas, industrias e empresas podem escrever para a Bárbara Poerner, nossa articuladora no email:

frd.comunicacao@gmail.com

  • Faculdades e projetos educacionais podem escrever para a nossa diretora educacional,  Eloisa Artuso:

frd.educacional@gmail.com

  • Mídia e veículos de divulgação, escreva para a nossa assessora de comunicação, Giovanna Campos:

frd.assessoria2@gmail.com

CRÉDITOS TEXTO:
https://www.fashionrevolution.org/south-america/brazil/

#escolasãopaulo #descubra #reinvente #viva

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VIRADA SUSTENTÁVEL – DIA 1

A Virada Sustentável é um movimento de mobilização para a sustentabilidade que organiza o maior festival sobre o tema no Brasil. Começou em 2011, em São Paulo, e já realizou edições nas cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Manaus, entre outras.
A concepção temática da Virada Sustentável é, atualmente, baseada e totalmente concebida a partir nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU, que são também os princípios que orientam a programação do festival em todas as cidades.
Participamos de parte da programação que aconteceu na Unibes, em São Paulo, nos dias 22 e 23 de agosto.

4ª Revolução Industrial e Gestão de Resíduos

Antonis Mavropoulos, em sua palestra “4ª Revolução Industrial e Gestão de Resíduos”, problematizou a relação que existe entre reciclagem e economia circular. Acredita que não devemos considerar a reciclagem como o caminho para a economia circular, pois perdemos tempo e dinheiro com ela, quando teríamos de avançar nas outras partes da cadeia (utilizar matérias-primas renováveis ​​ou biodegradáveis, projetar com responsabilidade para estender o ciclo de vida atual de um produto – reparando, atualizando e revendendo -, produzir com consciência, criar mais plataformas de compartilhamento e pensar em novos modelos de negócios como um todo).

Ele propõe novos modelos de negócios em que a mentalidade dos governos e marcas precisa ser diferente, uma vez que estes entendem tudo sobre o mercado financeiro, mas não sobre seus impactos sociais e ambientais. Ainda medimos progresso de forma errada, pelo PIB, o que, de novo, deixa como foco a questão financeira, e não a ambiental e a social. O reuso, por exemplo, não é medido no PIB, bem como o prolongamento da vida útil de um produto.

Segundo o fundador e CEO da D-Waste e Presidente da ISWA, o futuro do nosso planeta está na conexão entre Economia Circular e Indústria 4.0. Isso determinará se estamos indo em direção a um planeta com ou sem desperdício. A Economia Circular ou será digitalizada ou não prevalecerá.

A 4ª revolução industrial apenas acelerará o esgotamento de recursos e criará problemas mais complexos e danos mais irreversíveis se não caminhar de mãos dadas com a economia circular. Porém, tanto a indústria 4.0, como a economia circular, demandam mudanças radicais nos modelos, culturas e políticas de negócios a fim de entregar todos os resultados prometidos. Sem essas mudanças, tanto a indústria 4.0, como a economia circular, acelerarão o esgotamento de recursos e aprofundarão a desigualdade.Vivemos em uma nova sociedade, que leva ao surgimento de uma nova economia.

Economia circular do plástico

O jornalista e editor Caco De Paula, moderador do painel “Economia Circular do Plástico”, inicia sua fala comentando como o plástico, que mudou completamente a vida das pessoas em vários aspectos por muitos anos, passa hoje pelo problema no fechamento do ciclo, pois temos que pensar em uma nova forma de lidar com essa matéria-prima. E, ao se tornar um bem de consumo, temos uma série de “contratos sociais” que ainda não estão bem estabelecidos, envolvendo fabricantes, consumidores e governos. Algo que está em construção no mundo inteiro, não só no Brasil. Estamos praticando um exercício de virada, em que personagens da cadeia estão vivendo experiências, criando soluções e financiando pesquisas em busca de alternativas mais sustentáveis.

Nesse painel, presenciamos uma discussão aberta e informativa sobre os desafios e tendências da economia circular do plástico, com participação de representantes de grandes empresas da cadeia produtiva em nível global: Fabiana Quiroga, diretora de reciclagem da Braskem, Mariana Bazzoni de Werna Mendes, gerente de sustentabilidade da AMBEV, e César Sanches, diretor de sustentabilidade do Valgroup. Os representantes das três empresas têm como desafio suas áreas sustentáveis, investindo sempre em inovação como forma de garantir maiores facilidades para a reciclagem desse material. Consideram ser necessário criar um outro modelo de negócio, pois, no caso de outras matérias-primas, como o alumínio, o próprio produto reciclado financia o processo, o que está longe de acontecer com o plástico.

Fabiana Quiroga acredita que a questão do plástico deva passar por uma mudança comportamental de todos os setores da cadeia, desde a fabricação da matéria-prima, a transformação, a empresa de produção de bens de consumo e, no final, o consumidor em si. Todos os setores devem oferecer soluções sustentáveis para a sociedade e pensarem juntos em uma mudança comportamental.

Fabiana contou também como a Braskem se empenha todos os dias para melhorar a vida das pessoas por meio de soluções sustentáveis da química e do plástico, engajados na cadeia de valor para o fortalecimento da economia circular. Entre algumas ações, entregam conhecimento aos clientes no melhor aproveitamento da matéria-prima e em uma produção que facilite a reciclagem (quanto mais tipos de plásticos colocarem em uma embalagem, por exemplo, mais complexa sua reciclagem). Quando fala de mudança, chamou a atenção para a importância do design, em como pensar a melhor forma do design desse produto para que possa ser usado o máximo possível e, ao final, não tornar-se um resíduo, mas uma nova matéria-prima.

A designer, pesquisadora e doutora em Comunicação e Semiótica, Mônica Moura, autora do livro Faces do Design, define design como “ter e desenvolver um plano, um projeto, significa designar. É trabalhar com a intenção, com o cenário futuro, executando a concepção e o planejamento daquilo que virá a existir”.

Em nosso curso Design Sustentável, com Eloisa Artuso, além de trazer ferramentas sustentáveis aos designers, trazemos conhecimento e responsabilidade à todos os profissionais que estão pensando em suas marcas e negócios, sendo eles designers de produtos ou não.

Mariana Bazzoni de Werna Mendes conta como a AMBEV se posiciona frente às demandas da sociedade em prol da sustentabilidade, caminhando além das expectativas do consumidor sobre a reciclagem em si, repensando seu posicionamento acima das provocações que vem recebendo do consumidor. A AMBEV tem uma missão de conseguir transportar as expectativas do consumidor para o restante da cadeia, sendo inventiva, criativa e com muito diálogo entre todos os setores. Para ela, a visão de circularidade é ter diversos atores trabalhando em outros aspectos além do uso e descarte, como gerar valor em cima daquilo que normalmente não parece ter mais. Lixo é dinheiro, e temos que gerar valor e oportunidades para ele com inovação e novas ações.

César Sanches percebe que a economia circular gerará uma série de oportunidades para empreendedores, professores, pesquisadores. Novas tecnologias, automação, robótica, inteligência artificial, tudo isso vai se desenvolver, e cabe a nós usar os materiais e essas tecnologias de forma a criar uma sociedade melhor. Numa visão otimista, acredita que o ser humano, se observarmos ao longo de toda a sua história, já entendeu que a economia linear chegou ao seu limite e que podemos aproveitar todo esse conhecimento acumulado por séculos e transformá-lo em economia circular, sustentável. Não é uma obra concluída, mas está sendo feita.

Economia circular do alumínio

No painel “Reciclagem | Os desafios da profissionalização, geração de renda e consumo consciente”, Eunice Lima, diretora de comunicação e relações governamentais da Novelis, Estevão Braga, gerente de sustentabilidade da Ball, Cristiano Cardoso, da Cooperativa Recifavela, e Nina Marcucci, coordenadora de conteúdo do Menos 1 Lixo, discutiram como as empresas e as cooperativas têm buscado soluções  para aumentar a rentabilidade, melhorar a gestão e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas envolvidas no ciclo produtivo do alumínio.
Eunice Lima contou que o Brasil é o maior reciclador de alumínio do mundo, por ser um negócio altamente rentável. Temos um índice de 97,3% de reciclagem de latas de alumínio com 600 mil pessoas envolvidas no processo. A Sua reciclagem consome 95% menos energia elétrica, quando comparado à produção do alumínio a partir do minério, reduz em 95% a emissão de gazes de efeito estufa, além de ser um material infinitamente reciclável. Seu sucesso se dá pela estruturação da reciclagem do alumínio como negócio; investimento industrial em capacidade de reciclagem; as indústrias absorvem todo o material coletado (existe comprador garantido); valor agregado da sucata, que remunera atividades de coleta e transporte; logística reversa organizada; e valor compartilhado em todos os elos da cadeia. Não enfrenta os desafios de outros materiais como vidro, plástico etc.
Um processo que hoje é uma oportunidade de renda e já se tornou um novo modelo de negócio. Ponto para o alumínio.

Jogando luz no lixo invisível

Em uma cidade como São Paulo, o sistema de recolhimento, tratamento e destinação dos resíduos custa bilhões de reais todos os anos e envolve milhares de pessoas, incluindo toda a economia informal gerada pelos catadores e suas famílias, peças fundamentais no processo da reciclagem. Mas tudo isso não é suficiente se cada um de nós, cidadãos, não tomarmos consciência sobre nossas opções de consumo de produtos e a destinação dos resíduos que inevitavelmente são gerados. Para refletir sobre como essas questões estão todas interligadas, o painel “Jogando Luz no Lixo Invisível” reuniu uma roda de conversa com diferentes olhares sobre experiências de manejo sustentável de resíduos com Patrícia Lorena, CEI e Founder da Inurbe, Larissa Kroeff, cofundadora da Meu Copo Eco, e João Bourroul, do Pimp My Carroça. 
Patrícia Lorena nos apresentou dados como o de São Paulo ser responsável por 12% do PIB brasileiro e produzir, aproximadamente, 8% dos resíduos do país – 19 mil toneladas por dia, quantidade que encheria 140 aviões cargueiros 747-8F, os quais, se enfileirados, ligariam a Avenida Paulista ao aeroporto de Congonhas! Acumulando essa quantidade por três dias, encheríamos o Estádio do Pacaembu.

Lamenta a relação que os paulistanos têm com os resíduos – tratam de manter suas casas limpas, mas entendem a rua como responsabilidade alheia, sem perceber suas responsabilidades individuais em manter a cidade limpa e conservada.
Larissa Kroeff trouxe uma reflexão sobre o lixo produzido nos eventos, e percebeu uma oportunidade de negócio criando o projeto “Meu Copo Eco”. No Brasil, o custo do lixo se divide com o de saúde e o de educação nas gestões municipais – 97% do lixo geram custo por meio da coleta e manutenção dos aterros sanitários, enquanto que apenas 3% geram receita às cooperativas de reciclagem. “E se fosse o contrário?”, questiona ela.
João Bourroul, além de nos contar do trabalho dele com os catadores nos projetos Pimp My Carroça e Cataki, empoderando e trazendo autoestima a esses atores praticamente invisíveis da cadeia, nos presenteou com o testemunho de um catador, que veio para relatar os problemas que enfrentam no dia a dia, como a logística e a falta de respeito.

Clique aqui para para ler sobre o que vimos e sobre nossas impressões do dia 22, o dia seguinte!

#VireSuaCidade #escolasaopaulo #descubra #reinvente #viva