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REPENSANDO NOSSAS CIDADES

Nos últimos 50 anos, o mundo tem vivenciado um intenso movimento migratório das populações para os grandes centros urbanos. Hoje, a maior parte das pessoas vive em metrópoles, uma concentração motivada, principalmente, pela busca por melhores oportunidades que gera impactos, como problemas de infraestrutura e de acesso ao saneamento básico, por exemplo, e demanda uma ressignificação do conceito de cidade e de como nos relacionamos com ela.  

Mextrópoli: Festival de Arquitectura y Ciudad é uma iniciativa que tem justamente o objetivo de discutir essa nova dinâmica e refletir, por meio da arquitetura, sobre qual seria o modelo ideal de cidade capaz atender a esta nova demanda. “Há o consenso de que devemos repensar os espaços urbanos e criar cidades que sejam inclusivas e que privilegiem os pedestres. Até os políticos repetem isso. Porém, são ainda os carros que definem as nossas cidades”, analisa Miquel Adriá, criador do evento, o mais importante da América Latina, e diretor da revista Arquine, referência na área de Arquitetura, em entrevista ao Informador. 

Criado no México em 2014, o Mextrópoli reúne anualmente mais de 50 mil participantes e conta com diversas atividades, como mesas de diálogo, conferências, exposições, lançamentos de livros, instalações, projeções de filmes e documentários e passeios a pé e de bicicleta pela cidade. A ideia geral é experimentar a cidade, refletir sobre seus aspectos políticos, sociais e estéticos e pensar um projeto em conjunto que envolva não apenas arquitetos e urbanistas, mas também artistas, cineastas, escritores e, claro, a sociedade.  

Entre os convidados deste ano, estiveram os arquitetos Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramón Vilalta, ganhadores do Premio Pritzker, o premiado arquiteto colombiano Felipe Uribe e o cineasta mexicano Alfonso Cuarón, que apresentou a Brigada.mx, plataforma criada para ajudar as comunidades afetadas pelo terremoto de setembro de 2017 na Cidade do México. “A proposta consiste em conectar esforços mapeados de acordo com as necessidades de cada comunidade nas diversas regiões que foram afetadas”, explicou o premiado diretor em entrevista ao jornal El Sol Del Mexico. 

A edição de 2018, realizada entre os dias 17 e 20 de março, debateu justamente a reconstrução da cidade após a tragédia e a união da sociedade civil diante da ausência das autoridades no processo. O evento também discutiu a situação do Chile que, oito anos após o terremoto que atingiu o país, quase não implementou nenhuma ação de prevenção efetiva em suas cidades. “São dados preocupantes que requerem ações contundentes. A cidade seguirá aqui susceptível a tremores e nós também. Com o conhecimento e a tecnologia que temos hoje em dia não se justifica que os edifícios caiam”, analisa Adriá.

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SLOW FASHION > FAST FASHION

Slowfashion: a moda na era da sustentabilidade e do consumo consciente

“Compre menos, escolha melhor, faça durar” – Vivienne Westwood

Você já ouviu falar sobre slow fashion? Trata-se de um conceito ligado à sustentabilidade e ao consumo consciente que ganhou espaço e visibilidade na indústria da moda nos últimos anos e temcomo adeptos estilistas renomados, como a inglesa Vivienne Westwood, o belga Bruno Pieters e o brasileiro Ronaldo Fraga.

Indo de encontro ao conceitofastfashion, caracterizado pela produção em massa e de baixa qualidade das roupas e acessórios, oslowfashion defende a produção em baixa escala de peças duráveis, com utilização de tecidos naturais (como algodão, linho e seda) e cores suaves, feitas à mão e com respeito às condições de trabalho dos profissionais envolvidos.

O conceito é aplicado, sobretudo, por marcas pequenas, que têm como característica a proximidade com o consumidor final que, interessado cada vez mais em entender a cadeia produtiva de tudo o que consome, as acompanha de perto, especialmentepor redes sociais como o Instagram.

Embora possuam conexões, slowfashion e moda sustentável não são a mesma coisa. Oprimeiro tem relação com o consumo consciente de produtos locais, feitos à mão e em menor número, enquanto que o segundo é focado em reduzir o impacto negativo da indústria da moda ao meio ambiente.

Sustentabilidade é o foco da À La Garçonne, brechó e antiquário de conceito upcycling (que incentiva a transformação de produtos descartáveis em novos materiais) criado em 2009 pelo empresário Fábio Souza. Lançada em 2016, a linha de roupas da marca,assinada pelo estilista Alexandre Herchcovitch (marido de Fábio Souza), é composta por peças criadas a partir da mescla de tecidos novos e materiais reciclados e usados, como panos abandonados em tecelagens desde a década de 1960 ou plástico verde, extraído do bagaço da cana de açúcar. A marca também busca dar novos significados a peças já usadas (por meio de aplicações, por exemplo) ou cria novos modelitos a partir do tecido de peças usadas.