Rodrigo Polack responde!
A cena é comum: você termina de se arrumar para sair, olha para o lado e se depara com as mesmas cores no look do seu boy (ou girl!). Coincidência? Não acredito. I believe in sintonia, harmonia and energia. E viva o “IA”!
Quando estamos com alguém, ou os interesses em comum são muitos ou não dá certo. Os olhares em relação à estética podem até se divergir no início da relação, mas com o tempo (sem querer mesmo!), um entra no universo do outro. E para falar a verdade, essa troca de afinidades é um ótimo exercício e pode sim ser divertidérrimo.
Nas inúmeras vezes em que aconteceu comigo, não pensei duas vezes e já fui trocando uma peça ou outra (como stylist, me sinto no dever de mudar e não deixar para o outro), até o meu look ficar com uma linguagem própria. E sabe o mais curioso? Mesmo com as mudanças, os dois ainda tinham unidade. Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum. Esse é o segredo.
Por outro lado, existem casais que amam sair de par de vasos. Sabe aquela festa que 80% das pessoas se veste da mesma forma? A mesma camisa com 3 botões desabotoados, a tal calça justa com o joelho rasgado, a t-shirt italiana do momento, aquelas duas marcas de relógio, a icônica bolsa de correntes douradas, o copiado scarpin de tachas… Tudo isso são símbolos. E essas pessoas que se vestem em códigos, são as mesmas que não se importam em se vestir iguais aos outros. Mas vamos combinar o quão boring é uniforme.
Casais gays caem nessa armadilha facilmente por um motivo mais que óbvio… o mesmo sexo. Alguns funcionam como esponja, absorvendo a imagem do outro. E não me refiro apenas às roupas. Cabelos e corpos também entram nesse “copy paste”. Quando há uma troca, pode até ser saudável. Quando apenas um estilo prevalece… cilada.
Quem nunca se deparou com um casal totalmente descoordenado nos looks? Ela montada na renda e salto e ele de calça jeans, tênis e pólo. A impressão que dá é que não conversam nunca sobre nada. Dois estranhos que não conhecem um ao outro. Uma ajudinha a quem fica perdido na hora de se vestir, custa paciência e alguns minutos do seu precioso tempo, mas é uma superprova de amor.
Sempre me perguntei qual a piração dos pais que vestem gêmeos idênticos de forma idêntica. São pessoas diferentes, com personalidades distintas. Além de gerar uma confusão em quem não é tão íntimo da família, confunde a cabecinha dos pobres coitados, que já passam a vida tentando provar que não são a mesma pessoa.
Lembra do boom das coleções que tinham o mesmo vestido para a mãe e para a filha? Ainda existem, mas não, também não acho legal. De duas uma, ou a mãe fica com cara de Mary Poppins, com vestido rodado, ou a filhinha usa mini saia de couro, coitada. No No No.
Já falei isso antes por aqui, mas não custa reforçar… seja a melhor versão de você mesmo! Agora, se duas versões diferentes tiverem pontos em comum… DIN DIN DIN, O CASAL VAI BRILHAR, SIM!
Rodrigo Polack é stylist há 15 anos, professor da Escola São Paulo no curso Styling, apresentador do programa 5 Looks, no Discovery Home & Health, ao lado de Chris Flores e colunista semanal da Revista QUEM Inspira. Clique aqui para ler a matéria original.