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SER CHIC É…!

Rodrigo Polack responde!   

Holly Golithtly desembarca de um táxi amarelo e para em frente à vitrine da Tiffany & Co. (a joalheria mais famosa do mundo, fundada em 1837). Nas mãos, um copo de café e um croissant, em plena Quinta Avenida, em NY. Ao som de Moonriver, a cena de abertura de Breakfast At Tiffany’s (Bonequinha de Luxo) dura apenas dois minutos, e está há 57 anos no imaginário de gerações, quando o assunto é elegância e sofisticação.   

Claro que ter Audrey Hepburn como intérprete e um look criado exclusivamente por Hubert de Givenchy, enriquece qualquer roteiro, mas o segredo não está em TUDO isso. Está na postura e na forma de andar com o longo preto sem fendas, na delicadeza ao comer o croissant (em pé e com as mãos vestidas em longas luvas) e ao destampar o copo de café.  Esses detalhes podem passar despercebidos diante de tanto glamour, mas ao meu olhar, são protagonistas e definem a palavra CHIC.   Afinal, o que é ser CHIC? Para muitas, um clássico vestido preto bem cortado + anel de brilhantes + óculos enormes Jackie O + scarpin preto, acompanhados de um bom corte de cabelo na altura dos ombros, definem esteticamente essa mulher. Sinto dizer para essas, que o “embrulho” não passa de um mero figurino, se algumas características (bem fora de moda nesse século!) não andarem juntas.   Lembra do álbum de figurinhas AMAR É, láááááá dos anos 80? Pois então, o usei como inspiração para fazer minha listinha abaixo. 

– Ser CHIC é… dar bom dia, boa tarde e boa noite no elevador.  

– Ser CHIC é… saber ouvir, mais que falar.  

– Ser CHIC é… tratar bem quem te trata bem.  

– Ser CHIC é… dizer obrigado como retribuição.  

– Ser CHIC é… não começar mensagens de WhatsApp sem um simples “Oi!”.  

– Ser CHIC é… não falar alto na mesa do restaurante.  

– Ser CHIC é… não obrigar ninguém a fazer o que não quer.  

– Ser CHIC é… não deixar vazar o som do headphone.  

– Ser CHIC é… voltar com o peso anterior do aparelho, depois de pedir para revezar na academia.  

– Ser CHIC é… gente bem humorada.  

– Ser CHIC é… olhar nos olhos.  

– Ser CHIC é … não ser racista, homofóbico, machista, sexista, xenófobo e misógino.  

– Ser CHIC é… ter bom senso.  

– Ser TRÈS CHIC é… ter educação.   

Não adianta em nada torrar seu rico dinheirinho em labels, labels e mais labels, com peças exclusivíssimas, frequentar as melhores festas e ser amigo de fulano ou coisa e tal, se você não tiver boa parte das qualidades acima. Não se iluda, está escrito em sua testa (em letras garrafais em neon pink!), e TODOS (mesmo os puxa-sacos) sabem quem você realmente é.   

Agora, se for o contrário, podemos ser grandes amigos. O mundo anda idiota demais, dando importância à gentinha, e pessoas especiais de verdade… ah, essas são realmente as mais inteligentes. Só um dado importante… Holly Golithtly, com todo seu garbo, era uma prostituta. De onde veio, com quem se relacionava e como ganhava a vida era o que menos importava. Ela sim era uma bonequinha que sabia o que é SER luxo. 

Rodrigo Polack é stylist há 15 anos, professor da Escola São Paulo no curso Styling, apresentador do programa 5 Looks, no Discovery Home & Health, ao lado de Chris Flores e colunista semanal da Revista QUEM Inspira. Clique aqui para ler a matéria original!

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VOCÊ SABE O QUE É UM COOL HUNTER?

Antever um comportamento, uma tendência de moda ou uma preferência cultural. Esta é a principal função de um cool hunter, ou caçador de tendências. Considerado uma “antena sensível” do seu tempo, o profissional sai às ruas à “caça” dos sinais de tudo aquilo que, em um futuro não tão distante, fará parte do dia a dia das pessoas. Não à toa, tem sido um dos profissionais mais requisitados pelas empresas nos últimos anos.

Inicialmente associado apenas ao universo da moda, hoje o cool hunter atua em setores como gastronomia, arquitetura, design, publicidade, dentre outros. Além de apresentar quais serão os novos desejos, estilos de vida, anseios e valores do consumidor, o profissional também auxilia estes setores a utilizarem estas informações na direção da inovação e da criatividade. “Tem uma palavra que usamos muito em Cool Hunting que é “zeitgeist”. Em alemão, este termo significa o espírito do tempo. Então, é isso. É como se o cool hunter radiografasse a alma da cidade”, explica Sabina Deweik, especialista no assunto há mais de 17 anos, em entrevista à revista Exame.

O termo cool hunting começou a ser utilizado na década de 1990 (em 1997, Malcolm Gladwell, colunista da revista New Yorker, já falava sobre os jovens que estavam indo às ruas atrás de tendências, o chamado the “next big thing”, para ajudar empresas como Nike e Converse a desenvolverem novos produtos). No entanto, o profissional começou a ganhar espaço no mercado a partir dos anos 2000 (no Brasil, a demanda pelo cool hunter começou a crescer a partir de 2010). Por conta disso, é considerada uma profissão do novo milênio, associada às constantes (e rápidas) mudanças dos nossos tempos.