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QUAL O PAPEL DE UM STYLIST DE MODA?

Rodrigo Polack explica (de uma vez por todas)!

Millie Bobby Brown, Zendaya, Emma Watson, Elle Fanning. O que todas elas têm em comum, além de serem jovens e poderosas atrizes hollywoodianas? Uma imagem construída e impecável. E de onde vem tanto estilo e personalidade fashion, com tão pouca idade? Todos esses ícones de moda têm um stylist para chamar de seu. E é sobre minha profissão que escrevo, em minha primeira coluna na Quem.

Vamos começar pelo começo: stylist NÃO é estilista. Numa forma de tentar traduzir para o português a tal palavrinha, muitas pessoas se atropelam nas definições. É simples! Estilista [ou fashion designer em inglês]  é quem cria uma peça, desenha, arquiteta cada centímetro de tecido e modelagem. Já o stylist…ah, stylist é gente maluca mesmo (risos).

Brincadeiras e verdades à parte, stylist é um criador de imagens, um intérprete do que se vê nas ruas, nas artes e claro, na moda. É ele quem pensa qual look funciona melhor em cada ocasião, do dia a dia ao red carpet. E quem acha que é só combinar o vestido com o sapatinho, se engana. Do cabelo, ao make, cor das unhas e até a pose certa para a foto (acredite!), pensamos em tudo de forma harmônica. Cada detalhe tem o por quê de estar ali… o cabelo jogado de um lado e a clutch segurada do outro.

Moda é assim. Pelo menos para mim, aquariano e perfeccionista sim senhor. Essa tal perfeição não significa o que é certo e o que é errado, e sim, o que estava planejado na minha cabecinha. Com a experiência fui vendo que o erro é aprendizado e tb pode ser transformado em uma deliciosa limonada e seus limões azedíssimos. Sem açúcar e sem adoçante.

Importante deixar bem claro, que mesmo direcionando e construindo imagens, detesto imposição. Gosto de ouvir, entender o lifestyle do cliente, o que ele faz, aonde vai, qual seu público. E só aí entro no jogo com minhas ideias, de forma a evoluir o estilo e transformar as vontades em realidade [ou mágica!]. Algumas puxadas de orelha aqui, outra ali, mas sempre respeitando a essência de cada um. Não posso jamais enxergar apenas minhas vontades – isso seria um tiro no pé.

Ah, e tem tb a psicologia de lidar com seres humanos diferentes e que mudam de opinião o tempo inteiro. Mas isso já é assunto [profundo] para uma próxima coluna. Let’s have fun, porque o mundo anda muito chato!

Rodrigo Polack é stylist há 15 anos, professor da Escola São Paulo no curso Styling, apresentador do programa 5 Looks, no Discovery Home & Health, ao lado de Chris Flores e colunista semanal da Revista QUEM Inspira. Clique aqui para ler a matéria original!

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UM PLANO DE TRANSFORMAÇÃO

Ajudar meninas da periferia de São Paulo a tornarem reais os seus planos de vida. Este é o principal objetivo do Plano de Menina, projeto social criado pela consultoria Plano Feminino (especializada em estratégias de marketing voltadas para mulheres) da jornalista Viviane Duarte.

A iniciativa é realizada em bairros como Capão Redondo, Grajaú, Pirituba e Brasilândia e tem como público-alvo meninas de 13 a 18 anos. Durante o período de um ano, elas têm aulas de autoestima, autoconhecimento, liderança, empreendedorismo, finanças, vida digital, planejamento de carreira e teatro com profissionais voluntárias.

Em entrevista à revista TPM, Viviane conta que muitas das garotas participantes eram o que ela define como “nem-nem” (nem trabalha nem estuda), tinham baixa autoestima e nenhum plano para o futuro. “Muitas crescem num ambiente tóxico, que faz com que elas pensem não ter direito a nada. São pais, tios ou vizinhos que falam: ‘não adianta sonhar, isso não é pra gente’. Só que toda menina tem direito a ter um plano. Ter uma meta é o primeiro passo para que elas se tornem protagonistas de suas histórias”, afirma.

Não à toa, um dos exercícios propostos às meninas é um teste do espelho no qual elas contam para si mesmas, olhando para o próprio reflexo, o que desejam para o futuro. “A maioria não tem essa coragem de falar, de se encarar, porque elas foram tão invalidadas… Umas não querem nem olhar no espelho. “Queremos fazer essa menina olhar no espelho e acreditar em quem ela é para poder provocar essa mudança”, explica em reportagem do jornal HuffpostBrasil.

Para contribuir neste processo de empoderamento das garotas, o projeto conta com o apoio de mentoras conceituadas, como Eliane Dias, empresária do grupo Racionais MC’s, Camila Costa, CEO da ID, agência de marketing digital, e a ex-consulesa da França Alexandra Loras. “Na minha trajetória, já fui chamada de burra e de macaca por causa da minha cor. Mas também tive apoio de pessoas que acreditaram em mim e me ajudaram a desafiar a ideia de que uma negra da periferia não poderia entrar numa escola de elite como a Sciences Po, o Instituto de Estudos Políticos de Paris, onde boa parte dos presidentes da França estudaram. Eu consegui e virei a melhor aluna da turma. Hoje quero ajudar outras meninas da periferia a realizarem seus sonhos”, conta Alexandra, que também é embaixadora da iniciativa.

PROTAGONISTA DA PRÓPRIA HISTÓRIA

O Plano de Menina nasceu de uma necessidade de Viviane de promover alguma ação que contribuísse com a sociedade e que a reconectasse com as suas origens. Assim como as garotas do projeto, ela também cresceu na periferia paulistana, mas ao contrário de muitas delas teve a sorte de contar com uma mãe e uma avó que sempre a fizeram a acreditar que ela era alguém com valor e capaz de tornar os seus sonhos realidade. “Minha mãe sempre fez a gente estudar e deixou claro que isso faria a gente chegar mais longe. Sempre disse que a mulher tinha que pagar suas próprias contas. Do jeito simples dela, ela sempre me disse que eu tinha que ser protagonista da minha história”, relembra em entrevista ao site Projeto Draft.

Desde 2016, ano em que foi criado, o projeto já contou com a participação de 400 garotas. A próxima etapa é estendê-lo para as mães das meninas e também para os garotos dos bairros. “Percebemos que as meninas empoderadas começaram a achar os meninos chatos e vamos criar um ruído aí. Nosso foco são as meninas, mas precisamos falar com eles também, trabalhar o respeito, a admiração, o papel como homem. A gente está fazendo isso porque queremos um futuro melhor para elas”, explica Viviane.

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JORGE COLABORA COM ANA QUE COLABORA COM MARTA QUE COLABORA COM JORGE

A Economia Colaborativa e as novas formas de consumo

Repensar novas formas de viver e de estar no mundo é uma realidade global há alguns anos, especialmente após a crise econômica de 2008. A sustentabilidade, em seu sentido mais amplo, relacionada não apenas à preservação do meio ambiente, mas também aos aspectos social (o cuidado com as pessoas) e econômico (busca por formas de consumo mais conscientes), se transformou em um assunto-chave dentro deste contexto. 

Neste novo cenário, surgiram propostas como a da economia colaborativa, também conhecida como economia compartilhada. A proposta, em linhas gerais, incentiva o consumo compartilhado e o acesso a bens e serviços sem que haja necessariamente troca em dinheiro ou aquisição de produtos. Uma nova lógica em que o acesso é mais importante que a posse. “Hoje, de cada três pessoas, duas estão dispostas a vender ou alugar alguma coisa. É uma nova cultura de compartilhar coisas e recursos, sem tirar tanto do meio ambiente”, explica a publicitária Isabella Ceccato, criadora da plataforma Poder da Colaboração, em entrevista ao jornal O Globo.

Criado em 2016, o Poder da Colaboração tem como objetivo fomentar e disseminar a inovação social, a nova economia e o empreendedorismo. Para tanto, promove a cada dois meses encontros gratuitos nos quais empresas (grandes e pequenas), ONGs e inovadores sociais compartilham com o público suas histórias e cases – todas as palestras ficam disponíveis no canal do YouTube. 

A própria estrutura do evento é colaborativa: o local é gratuito (o Google Campus São Paulo), a equipe é voluntária, os palestrantes se apresentam sem a cobrança de cachê e os comes e bebes, servidos nos intervalos das palestras, são doados por empresas que acreditam na causa. Neste formato, o Poder da Colaboração já conta com uma rede composta por mais de 40 mil pessoas. “Todos precisam de dinheiro, mas a economia criativa não é movida só pelo lucro. O dinheiro pode e deve vir, porque sem ele o negócio acaba. Mas não deve ser o principal motor do negócio. Há ganhos que não são contabilizados em moeda”, analisa Izabella.

Na dinâmica da economia colaborativa, todos podemos ser fornecedores e consumidores ao mesmo tempo: você pode alugar um quarto vago no seu apartamento, conseguir alguém para cuidar do seu cachorro enquanto você viaja, por exemplo e oferecer o seus serviços para alguma empresa. O modelo dinâmico motivou a criação de diversos serviços colaborativos, como Uber (plataforma de tecnologia que conecta motoristas particulares a passageiros), Airbnb (serviço on-line de hospedagem) e a DogHero (aplicativo criado para hospedagem de cães).

“As pessoas estão no centro dessa transformação econômica ora fazendo bicos nas horas vagas, ora compartilhando de tudo: de veículos a furadeiras, de imóveis a espaços de trabalho; trocando objetos, como livros, armários e roupas”, afirma Camila Carvalho, em entrevista à revista Istoé. Ela é a fundadora do Tem açúcar?, uma plataforma que conecta pessoas interessadas em compartilhar objetos e bens entre a vizinhança. Criado em 2014, o aplicativo conta com mais de 150 mil usuários espalhados por cerca de dez mil bairros pelo Brasil e é atualmente a maior rede colaborativa de vizinhos da América Latina. “Essa nova organização da economia mundial facilita a troca de produtos e serviços, sem focar o lucro. Estamos diante de um novo ciclo de relações econômicas que mudou a cultura de consumo”, avalia. 

Segundo o levantamento, para 40% dos brasileiros entrevistados a hospedagem em casa de terceiros é uma das formas mais conhecidas de consumo compartilhado, seguido das caronas para o trabalho ou para a escola (39%) e do aluguel de roupas (31%) e de bicicletas (17%). “O consumo colaborativo é uma poderosa força econômica e cultural em curso capaz de reinventar não apenas o que consumimos, mas principalmente a forma como consumimos as coisas”, avaliou Eduardo Baer. CEO da DogHero, em entrevista à revista Istoé. 

Mais que consumo e lucratividade, o que realmente importa na dinâmica da economia colaborativa é a experiência, a troca entre seres humanos. Por conta disso, os serviços de compartilhamento valorizam bastante o sistema de avaliação, não apenas do serviço, como também do usuário. “A reputação é a medida de quanto uma comunidade confia em você. A reputação é uma moeda que eu acredito que se tornará mais poderosa do que o nosso histórico de crédito no século XXI. A reputação será a moeda que diz que você pode confiar em mim”, explica Rachel Botsman, em entrevista ao site Hypeness. Especialista em consumo colaborativo, ela ministrou uma palestra bastante interessante no TED sobre o assunto.  

Para Isabella Ceccato, a colaboração vai dominar o mundo, e em breve. “Enquanto a gente está na história, não a vê acontecendo. Mas, quando olharmos para trás, veremos que ela já está disseminada para dentro de governos, empresas e residências. Isso vai mudar nossa forma de agir. Quando falo em colaboração, falo em agir e transformar”, analisa. 

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FRANCA SOZZANI, A TRANSCENDÊNCIA NA MODA

Ousada, autoconfiante, visionária e sonhadora. Estes são alguns dos adjetivos mais usados para definir a personalidade de Franca Sozzani. Criadora de uma linguagem própria, a ex-editora-chefe da Vogue Itália transformou a publicação em uma referência para além do universo fashion. 

Foto: Peter Lindbergh

Nascida na Itália em 1950 e formada em Filosofia e Literatura pela Universidade de Mantua, Franca ingressou no universo editorial em 1976, na Vogue Bambini, trabalhou na revista feminina Lei e assumiu o comando da Vogue italiana em 1987 – na qual permaneceria por 28 anos. 

O idioma foi o primeiro grande desafio enfrentado por ela ao se tornar responsável pela publicação. Apesar de a Itália ser um país importante para o universo da moda, o fato de poucas pessoas lerem ou falarem italiano no mundo limitavam o alcance da revista. A estratégia escolhida por Franca para ultrapassar a barreira idiomática foi investir na contação de histórias por meio das imagens, um posicionamento que mudou para sempre os editoriais de moda.

“Eu queria me comunicar com todos, então pensei em criar imagens que fossem feitas para falar. O normal era a foto servir como um suporte para o texto, mas nós fizemos o contrário, reduzindo as palavras para o mínimo possível.”

Por acreditar que moda é muito mais do que roupas na passarela, a italiana fez da revista uma plataforma para reflexão de questões políticas e culturais que impactaram o mundo nas últimas três décadas. Apostando no talento e na visão de fotógrafos visionários como Peter Lindbergh, Bruce Weber e Steven Meisel, ela criou editoriais polêmicos que debateram questões como a fixação por cirurgias plásticas, direitos da população LGBT, o novo papel da mulher na sociedade, entre outras questões. “Atravessei vários mundos por meio do ponto de vista deles.”

Moda, Arte, Política e Reflexão

Em setembro de 2006, a publicação apresentou o editorial State of Emergency que remetia ao reforço no sistema de segurança dos aeroportos após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA. No ano seguinte, a revista discutiu a onda de reabilitação das celebridades em Supermodels Enter Rehab.

Black Issue – Steven Meisel

Inspirada pelo protesto contra racismo no segmento da moda realizado por um grupo de ativistas em Nova York, Franca lançou em 2008 uma edição especial apenas com modelos negras na capa e no recheio. Batizada de Black Issue, a publicação trouxe as modelos Tyra Banks, Liya Kebede, Sessilee Lopez, Jourdan Dunn e Naomi Campbell – além de ensaios com personalidades negras como a ex-primeira dama estadunidense Michelle Obama e o diretor Spike Lee – e buscou refletir sobre a importância da diversidade na moda. O impacto foi enorme: a edição foi a mais vendida da Vogue Itália, demandou duas reimpressões e aumentou em 30% a receita da revista.

The Black Barbie Issue – Cristina Dell’Oro e Gabriele Inzaghi

Em comemoração aos 50 anos da Barbie, e aos 30 anos do lançamento da Barbie negra, a editora lançou, no ano seguinte, um suplemento apenas com versões negras da boneca, batizado de The Black Barbie Issue. “A Barbie tem sido um ícone para gerações inteiras e é por isso que eu realmente quis dar um forte sinal de acordo com os tempos e dedicar a edição de aniversário à Barbie Negra“, declarou Franca na época. 

Water & Oil – Steven Meisel

Em 2010, a revista voltou aos holofotes com o editorial Water&Oil. O ensaio trouxe a modelo Kristen McMenamy vestida de preto, coberta de óleo e jogada no meio de uma praia, numa clara alusão aos animais que morreram no acidente provocado pela British Petroleum (BP) e que resultou no vazamento de milhões de barris de petróleo no mar do Golfo do México. 

Belle Vere – Steven Meisel

Em junho do ano seguinte, a publicação trouxe modelos plus size de lingerie em sua capa com o título Belle Vere, ou Belas Reais. Um ano antes, a publicação havia lançado em seu site o canal Vcurvy que apresenta conteúdo de moda para mulheres fora do padrão de beleza vigente.

“Um número cada vez maior de leitores quer ver o mundo real, habitado por pessoas reais, retratado na revista. São pessoas normais, não obcecadas em serem magras, que aceitam e respeitam seus corpos como eles são” 

Mas nada foi mais polêmico que o editorial  Horror Movie, de 2014, no qual a revista abordou a violência doméstica. Inspirado nos filmes de terror de diretores como Dario Argento e Stanley Kubrick, o ensaio se tornou notícia no mundo inteiro. 

Horror Movie – Steven Meisel

Em uma das imagens, por exemplo, uma modelo aparece morta aos pés da escada vestindo um vestido vermelho da marca Prada enquanto um homem está sentado segurando uma arma. Numa outra foto, uma modelo surge ensanguentada e gritando em uma escada próxima ao seu agressor. Acusada de oportunismo, Franca se posicionou. “Na Itália, a cada três dias uma mulher morre assassinada por um parente, pelo marido ou pelo namorado. A ferramenta que eu tenho [para protestar contra isso] é uma revista de moda”, declarou. 

“Não importa se corremos o risco de causar um tumulto geral com a mídia ou despertar críticas; ou se somos acusados de explorar questões sociais graves apenas para alavancar as vendas nas bancas de jornal. O que é importante para nós é que pelo menos uma das dezenas de mulheres que sofrem violência todos os dias possa sentir a nossa proximidade.” 

No documentário Franca: Caos e Criação, dirigido pelo filho da editora, Francesco Carrozzini, o CEO da CondéNast Internacional Jonathan Newhouse, responsável pela edição da Vogue, contou que chegou a pensar em demitir Franca devido às constantes polêmicas relacionadas ao seu trabalho. “Editar revistas não é arte. É um trabalho comercial. Franca tinha ido longe demais”, relembra, no filme. “A moda é muito maior do que um vestido”, disse ela em uma entrevista. “Por que uma revista de moda não pode falar sobre o que está acontecendo no mundo? Não quero só que gostem da revista. Quando não gostarem, também teremos feito nosso trabalho”, acrescentou. 

Ao lado de Anna Wintour, editora-chefe da Vogue EUA, de quem era amiga há três décadas, Franca formou a dupla mais poderosa e criativa do mundo da moda, descobridoras de grandes talentos e criadoras de tendências. “Ela não estava apenas à frente do nosso tempo. Ela estava à frente da nossa coragem, de muitas maneiras.”, declarou Anna em um discurso em homenagem à editora italiana. 

Franca morreu em 2016, aos 66 anos, de um tipo raro de câncer do pulmão contra o qual lutava há um ano. Ela faleceu ao lado do filho. “É preciso ser leve na vida. Leveza para mim é quando a profundidade leva você a voar alto.”, disse certa vez. No mundo da moda talvez ninguém tenha voado tanto e tão alto quanto ela. 

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À LA GARÇONNE APRESENTA COLEÇÃO INSPIRADA EM CLÁSSICOS DO CINEMA NOS ANOS 80 E 90

Personagens de filmes como E.T. – O Extraterrestre, Tubarão, Brinquedo Assassino, Jurassic Park e De Volta para o Futuro, clássicos dos anos 1980 e 1990, marcaram o desfile da coleção 1 de 2018 da À La Garçonne, marca de Fábio Souza e Alexandre Herchcovitch. Fora da SPFW desde 2017, quando resolveram seguir um cronograma à parte do calendário coletivo, os dois estilistas realizaram o evento na Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo, para imprensa e alguns convidados.

“Há muito tempo eu venho fazendo desfiles em lugares públicos porque percebo que poucas pessoas conhecem essas locações. Fiz um desfile no Theatro Municipal com a minha marca e depois outro no mesmo lugar com a À La Garçonne, fiz na Praça das Artes, no saguão de entrada da Prefeitura de São Paulo e agora na Biblioteca Mario de Andrade, um lugar que sempre quis usar”, contou Alexandre, em entrevista ao site Glamurama.

Por realizar o evento durante o horário normal de funcionamento da biblioteca, a marca optou por um desfile em silêncio – no entanto, a trilha sonora, assinada por Max Blum, está disponível na Apple Music a quem estiver interessado com o nomeÀ La Garçonne Coleção 01-2018. A quinta coleção da brand contou com 63 looks entre peças festivas com jaquetas oversized acolchoadas e alfaiataria Príncipe de Gales com renda. As criações são resultado de parcerias com marcas como Vans, Hope, The North Face, New Era, Hering, Dickies, entre outras, além de licenciamento com filmes da Universal – que estamparam camisetas, jaquetas, moletons e bolsas em formato de lancheira dos anos 80.

“Não é uma coleção temática. São roupas que a gente tem vontade de usar, de ver por aí, é um mix. Na À La Garçonne, a coleção vira a cada ano. Quero que o meu cliente sinta que ele não comprou um produto perecível, é mais slow”, explicou Fábio Souza, em entrevista ao jornal Diário do Nordeste. Como já é característica da marca, o casting do desfile foi formado por modelos e “não modelos” e foi aberto com performance da atriz e escritora Fernanda Young, que interpretou uma bibliotecária que pedia silêncio ao público.

Herchcovitch assumiu o comando da À La Garçonne em 2016, quando se desligou da marca que leva seu nome e que ele fundou há 25 anos. Aos 45 anos, o estilista se reinventou na marca do marido, que antes vendia móveis e objetos antigos restaurados. Juntos, Alexandre e Fábio criam peças que seguem o conceito de streetwear couture, que valoriza o vestuário do dia a dia (moletom, jeans e camiseta de algodão) mesclado com tecidos fluidos e modelagens elaboradas.

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CONHEÇA O FAROL SANTANDER

Símbolo da transformação de São Paulo em metrópole

Um dos prédios mais icônicos de São Paulo, o Edifício Altino Arantes, antigo prédio do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), popularmente conhecido pelos paulistanos como Banespão, é um ótimo programa para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre a história da capital.

Projetado pelo arquiteto Plínio Botelho do Amaral, o prédio foi inspirado na arquiteturaartdecódo Empire StateBuilding de Nova York e começou a ser construído em 1939, ficando pronto em 1947. Símbolo da transformação da cidade em metrópole, o edifício foi estrategicamente instalado entre as ruas São Bento, XV de Novembro e Direita, região conhecida na época como o centro financeiro da capital.

Com 161 metros de altura e 35 andares, o prédio foi considerado a maior construção de concreto armado do mundo e por quase 20 anos foi o maior edifício da cidade – o título foi perdido em 1960 para o Condomínio Mirante do Vale, no Vale do Anhangabaú, e seus 170 metros. Adotado pelos paulistanos, o Banespão se tornou um cartão-postal da capital, não apenas pela sua magnitude, mas principalmente pelo seu mirante, que proporcionava uma visão panorâmica da cidade que crescia velozmente ao seu redor.

No ano 2000, o banco Santander comprou o Banespa e adquiriu o imóvel para o seu patrimônio. Em 2014, a construção foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e, no ano seguinte, foi fechada para uma reforma que durou dois anos. O prédio foi reaberto em janeiro de 2018com o nome de Farol Santander e a proposta de ser um espaço de cultura, entretenimento e lazer.

MEMÓRIA, ARTE, LAZER E EMPREENDEDORISMO

Dos 35 andares do edifício, 11 agora estão abertos para visitação. O tour é dividido em quatro eixos: memória, arte, lazer e empreendedorismo. Ao adentrar o prédio, os visitantes dão de cara com um lustre de cristal de 13 metros e uma tonelada, presente no edifício desde 1988, que foi totalmente restaurado. No segundo andar, é possível conferir um vídeo sobre a história do prédio e algumas projeções. Já no terceiro, há um painel interativo sobre a história do dinheiro brasileiro, dos réis do período imperial até o real dos nossos dias.

No quarto andar, fica uma exposição permanente do artista Vik Muniz, com sete painéis com retratos do prédio produzidos à base de dez toneladas de sucata entulhos de obras do prédio. No quinto andar, é possível ver móveis e alguns objetos originais utilizados nos escritórios do antigo Banespa nas décadas de 1940 e 1950. Boa parte do acervo foi produzida pelo Liceu de Artes e Ofícios, uma das mais tradicionais escolas da cidade.

No oitavo andar, são realizadas palestras quinzenais, aos sábados, coordenadas pela Garimpo de Soluções, enquanto que no 21º andar foi instalada uma pista de skate, projetada pelo campeão mundial Bob Burnquist, que conta com um percurso de street e estrutura para iniciantes e avançados. Os andares 22 e 23 são dedicados à arte e abrigam, por uma temporada de quatro meses, obras de dois artistas (um nacional e o outro estrangeiro) sempre sobre o mesmo tema. A curadoria dos espaços é feita pelo empresário Facundo Guerra, que emprega o conceito da arte imersiva (que permite ao visitante interagir com as obras).

No 25º andar, foi instalado um loft de 350 metros quadrados com vista panorâmica criado pelo Triptyque, o premiado escritório de arquitetura. Com capacidade para abrigar até cinco pessoas(em caso de hospedagem) ou 50 (em caso de evento), o imóvel está aberto para hospedagem. Os valores e as reservas estãonoAirbnb.

O mirante, a mais tradicional atração do prédio, está localizado no 26º andar. No local, foram instaladas placas de vidro para garantir a segurança dos visitantes. De lá é possível ter uma visão de 360 graus da cidade e observar pontos como o Pico do Jaraguá, a Avenida Paulista e até a Serra do Mar. A área agora conta também com uma unidade do Suplicy Cafés Especiais, que oferece almoço executivo, drinques e brunch no fim de semana. Um passeio imperdível que promove um encontro entre a São Paulo do passado com a cidade de hoje.

SERVIÇO

O QUE: Farol Santander
ENDEREÇO: Rua João Brícola, 24, centro
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: Terça a domingo, das 9h às 20h
VALOR DO INGRESSO: De R$ 15 a R$ 20, dependendo dos espaços que o visitante deseja conhecer
MAIS INFORMAÇÕES: www.farolsantander.com.br

Imagens de divulgação

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CONHEÇA A PINACOTECA, O MAIS ANTIGO MUSEU DA CIDADE

Conhecer prédios históricos, museus, ruas e comércios é uma maneira eficaz de vivenciar a cidade em que se mora. Em São Paulo, há inúmeros locais que oferecerem uma experiência única da cidade e podem ser visitados de carro, ônibus, metrô, trem e bicicleta.  

A Pinacoteca é um deles. Instalado no prédio que abrigou o Liceu de Artes e Ofícios, projetado por Ramos de Azevedo em 1897, é o mais antigo museu da capital e tem como foco a arte visual brasileira produzida entre os séculos 19, 20 e 21. Quando inaugurada, em 1905, a Pinacoteca possuía apenas 26 pinturas de artistas da cidade. O evento de inauguração contou com a presença do então presidente da República, Rodrigues Alves, do presidente do Estado, Jorge Tibiriçá e de outras autoridades.  

Atualmente, o espaço mantém um acervo de 11 mil obras composto por pinturas de importantes artistas paulistas, como Almeida Júnior, Pedro Alexandrino, Antônio Parreiras e Oscar Pereira da Silva e Almeida Júnior, Pedro Alexandrino e Oscar Pereira da Silva, além de Cândido Portinari, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. O museu realiza cerca de 30 exposições anualmente e recebe cerca de 500 mil visitantes durante o período.  

De 1993 a 1998, o museu passou por uma ampla reforma chefiada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. O projeto, elogiado em todo o mundo, foi considerado um ótimo exemplo da união entre arquitetura antiga e moderna e conquistou, no ano 2000, o Mies Van der Rohe, um dos mais importantes prêmios da Arquitetura no mundo.

MEMORIAL DA RESISTÊNCIA
Em 2004 a Pinacoteca incorporou o edifício do Largo General Osório que, originalmente, pertencia à companhia Estrada de Ferro Sorocabana e servia de armazéns e escritórios do empreendimento. O prédio foi reformado pelo arquiteto Haron Cohen e rebatizado de Estação Pinacoteca, ou Pina_Estação, e recebe parte do programa de exposições temporárias do museu.  

No térreo do espaço, funcionou, entre os anos 1940 e 1983, a sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas do país, principalmente durante a Ditadura Militar. Após a incorporação ao museu, foi instalado no local o Memorial da Resistência de São Paulo que tem o objetivo de preservar as memórias da resistência e da repressão política do Brasil. No local, estão preservados parte dos registros do antigo órgão de repressão e há uma cela restaurada aberta para visitação. 

O Memorial da Resistência de São Paulo é, desde 2009, membro institucional da Coalizão Internacional de Sítios de Consciência, uma rede mundial que agrega instituições constituídas em lugares históricos dedicados à preservação das memórias de eventos passados de luta pela justiça – o Museum of Women’s Resistance (MoWRe), sobre feminismo, e o Memorial de Auschwitz, dedicado às vítimas do nazismo, integram a mesma rede.

PRIMEIRO JARDIM PÚBLICO DA CIDAD


Localizado ao lado do prédio da Pinacoteca, o Jardim da Luz abriga obras de Amilcar de Castro, Marcelo Nietsche, Leon Ferrari e Lasar Segall. Tombado como patrimônio histórico, o espaço foi a primeira área de lazer da cidade, criada em 1798.  

Até meados do século XIX, o jardim era pouco frequentado pelos paulistanos, mas a partir da inauguração da Estação da Luz, em 1867, e da instalação de um observatório astronômico, o lugar passou a ser parada obrigatória não apenas dos moradores da cidade, mas também dos viajantes que chegavam à capital de trem vindos do interior do Estado ou de Santos.  

No ano de 1930, o museu foi ocupado pelo exército durante dois meses e transformado em quartel-general. Dois anos depois, o prédio foi ocupado novamente durante a Revolução Constitucionalista.  

SERVIÇO 
Endereço: Praça da Luz, 02 – em frente à estação Luz do Metrô e da CPTM
Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 17h30
Ingressos: R$ 6,00, sendo R$ 3,00 reais a meia-entrada para estudantes com carteirinha (aos sábados a entrada é gratuita) 
Informações: (11) 3324-1000 e pinacoteca.org.br
Informações adicionais: a Pinacoteca possui bicicletário e estacionamento gratuitos.

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O SALÁRIO EMOCIONAL E A BUSCA PELA FELICIDADE NO TRABALHO

Se há alguns anos a remuneração salarial era o fator decisivo no momento de escolha de um emprego, nos dias de hoje ela é apenas um dos elementos levados em consideração. Mais que o aspecto financeiro, as pessoas buscam realização profissional e bem estar e, muitas vezes, optam por salários mais baixos apenas para ter a garantia destes benefícios.

Estes elementos de cunho mais subjetivo compõem o chamado salário emocional, que,conceitualmente, é um conjunto de incentivos emocionais que proporcionam um clima positivo e fazem com que os colaboradores se envolvam com a empresa, aumentando o comprometimento e a produtividade. O termo foi inspirado na proposta da Felicidade Interna Bruta (FIB), uma medida de riqueza criada no Butão, país da Ásia, que avalia o índice de bem estar da população.

Em linhas gerais, o termoengloba tudo o que pode ser oferecido pela empresa e pelo gestor aos colaboradores, mas que não pode ser contabilizado financeiramente.Ações que façam com que o profissional sinta-se reconhecido pelas suas ações, engajado nos desafios do cargo ocupado e com a percepção de que suas necessidades não apenas profissionais, mas também pessoais, estão sendo atendidas.

O assunto está totalmente ligado a um movimento recente e que tem ganhado cada vez mais adeptos: o das pessoas que buscam serem felizes no trabalho. “A empresa não pode assumir a responsabilidade de fazer as pessoas felizes, mas ela tem de admitir que pode fazer as pessoas infelizes”, analisa Fábio Luchetti, presidente da Porto Seguro, em entrevista à revista Época Negócios.

A busca pela felicidade é uma realidade, sobretudo, entre os jovens profissionais. “Se a empresa não criar um ambiente de apoio, o jovem não vai querer estar dentro dela. Ele tem de estar conectado conosco”, afirma Luchetti. “Oferecer um salário emocional nada mais é do que praticar a empatia”, destaca Eliana Dutra, coach e sócia-diretora da empresa decoaching e treinamento Pro-Fit, em entrevista ao jornal Brasil Econômico

“Sabemos que as metas são fundamentais, que resultados determinam os negócios, mas perceber as pessoas e ser percebido como indivíduo têm sido sem dúvida umas das práticas mais modernas de relacionamento dentro da empresa. A remuneração pode até ser o que atrai um bom profissional para um emprego, mas o que o mantém dedicado é o salário emocional”. Novos tempos exigem novas maneiras de se enxergar e de se posicionar no mundo.

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REPENSANDO NOSSAS CIDADES

Nos últimos 50 anos, o mundo tem vivenciado um intenso movimento migratório das populações para os grandes centros urbanos. Hoje, a maior parte das pessoas vive em metrópoles, uma concentração motivada, principalmente, pela busca por melhores oportunidades que gera impactos, como problemas de infraestrutura e de acesso ao saneamento básico, por exemplo, e demanda uma ressignificação do conceito de cidade e de como nos relacionamos com ela.  

Mextrópoli: Festival de Arquitectura y Ciudad é uma iniciativa que tem justamente o objetivo de discutir essa nova dinâmica e refletir, por meio da arquitetura, sobre qual seria o modelo ideal de cidade capaz atender a esta nova demanda. “Há o consenso de que devemos repensar os espaços urbanos e criar cidades que sejam inclusivas e que privilegiem os pedestres. Até os políticos repetem isso. Porém, são ainda os carros que definem as nossas cidades”, analisa Miquel Adriá, criador do evento, o mais importante da América Latina, e diretor da revista Arquine, referência na área de Arquitetura, em entrevista ao Informador. 

Criado no México em 2014, o Mextrópoli reúne anualmente mais de 50 mil participantes e conta com diversas atividades, como mesas de diálogo, conferências, exposições, lançamentos de livros, instalações, projeções de filmes e documentários e passeios a pé e de bicicleta pela cidade. A ideia geral é experimentar a cidade, refletir sobre seus aspectos políticos, sociais e estéticos e pensar um projeto em conjunto que envolva não apenas arquitetos e urbanistas, mas também artistas, cineastas, escritores e, claro, a sociedade.  

Entre os convidados deste ano, estiveram os arquitetos Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramón Vilalta, ganhadores do Premio Pritzker, o premiado arquiteto colombiano Felipe Uribe e o cineasta mexicano Alfonso Cuarón, que apresentou a Brigada.mx, plataforma criada para ajudar as comunidades afetadas pelo terremoto de setembro de 2017 na Cidade do México. “A proposta consiste em conectar esforços mapeados de acordo com as necessidades de cada comunidade nas diversas regiões que foram afetadas”, explicou o premiado diretor em entrevista ao jornal El Sol Del Mexico. 

A edição de 2018, realizada entre os dias 17 e 20 de março, debateu justamente a reconstrução da cidade após a tragédia e a união da sociedade civil diante da ausência das autoridades no processo. O evento também discutiu a situação do Chile que, oito anos após o terremoto que atingiu o país, quase não implementou nenhuma ação de prevenção efetiva em suas cidades. “São dados preocupantes que requerem ações contundentes. A cidade seguirá aqui susceptível a tremores e nós também. Com o conhecimento e a tecnologia que temos hoje em dia não se justifica que os edifícios caiam”, analisa Adriá.

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60 HORAS DE COPAN

Símbolo de arquitetura moderna e modelo de convivência urbana, Copan é tema de documentário

Considerado por especialistas como exemplo de arquitetura moderna e convivência coletiva nos grandes centros urbanos, o edifício Copan é o personagem central do documentário Copan 60 Horas. Produzido pelo canal GloboNews, com roteiro e direção da jornalista Cristina Aragão, a obra se propõe a mostrar como a arquitetura interfere na vida dos habitantes.

A ideia do projeto surgiu a partir de uma entrevista do premiado arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha à jornalista no programa Milênio. Na ocasião, ele apontou o edifício como símbolo da democracia do convívio em ambientes urbanos e da utopia social defendida pelo seu criador, Oscar Niemeyer.

Projetado na década de 1950, no centro da capital paulista, o Copan é composto por seis blocos, 35 andares, 1.160 apartamentos e mais de cinco mil habitantes, de diferentes idades, perfis e classes sociais. Para captar o cotidiano e a essência do edifício, Cristina Aragão alugou uma quitinete no 14º andar do bloco , o mais popular dos seis blocos, e permaneceu no local por 60 horas – ou dois dias e meio – com sua equipe percorrendo corredores, galerias e entrevistando moradores.

“O Copan tem uma representação simbólica muito grande. É um estilo de vida em que as pessoas acreditam que o convívio com o outro, o diferente, é possível.

As galerias do térreo permitem que o público e o privado convivam. Há uma integração entre os moradores e as pessoas de fora.” Destacou Cristina Aragão em entrevista à Folha de São Paulo

“As motivações pelas quais as pessoas escolhem morar no Copan são das mais variadas. Umas, pela vista privilegiada da cidade, outras, pela localização central, mas um ponto em comum é a arquitetura. O crise-soleil – espécie de marquise que diminui a incidência do Sol nos apartamentos, mas mantém a entrada da luz -, exerce um fascínio unânime”, completa.

Como resultado, além de informações sobre aspectos técnicos e históricos e as razões que motivam as pessoas a escolherem o prédio como moradia, o documentário conseguiu registrar curiosidades, como as sessões de meditação realizadas às seis da manhã no heliponto do edifício e um apartamento que serve de moradia temporária para alunos e professores de arquitetura de todo o país.

“É uma possibilidade de não ter limites. Eu não tenho limites visuais, meu pensamento vai aonde eu quiser” – Pedro Herz, editor, morador do Copan.