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TENDÊNCIAS NA ALIMENTAÇÃO

O futuro da alimentação

Até 2100, alcançaremos a marca de 11 bilhões de habitantes no mundo. Uma estimativa expressiva que aumentará em cerca de 30% a demanda por alimentos. Um cenário complexo que gera um importante questionamento: como será a nossa alimentação no futuro? A pergunta apresenta uma série de hipóteses. Parte dos especialistas acredita que os alimentos do futuro deverão ser cada vez mais nutritivos e sustentáveis. A tendência, segundo eles, é que cada vez mais consumidores se interessem em conhecer de perto a cadeia produtiva dos alimentos que consomem no dia a dia e exijam uma postura sustentável de seus produtores.

Valorizando o consumo local

Além disso, movimentos como o Eat Local, que incentivam o consumo de alimentos orgânicos produzidos localmente em prol da economia da região, devem crescer ainda mais, ampliando a transformação das cidades em diversas zonas agrícolas produtivas – atualmente há uma série de empresas especializadas em transformar espaços ociosos, como os telhados de prédios, por exemplo, em áreas para cultivo de hortaliças e frutas. “Tento consumir produtos que sejam mais locais. Algo considerado natural, mas que viaja da Argentina a um país distante, não me convence”, analisa Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace International, em reportagem da revista Época Negócios.

Fazendas verticais

O processo de agricultura indoor, que consiste no cultivo de vegetais e hortaliças em ambientes fechados e controlados por inteligência artificial, é outra proposta que tende a crescer nos próximos anos. O Massachusetts Institute of Technology (MIT), por exemplo, uma das instituições de tecnologia mais respeitadas do mundo, está investindo em versões individuais do que os especialistas chamam de food computer (computador de comida) que pode transformar qualquer pessoa em um fazendeiro em sua própria casa.

Comida sob demanda

Ainda no campo da tecnologia, o design de alimentos é mais uma tendência que deve ficar cada vez mais forte tendo como foco o desenvolvimento de pesquisas alinhadas aos desejos e necessidades dos novos consumidores. Comida sob demanda. A Bayer, por exemplo, desenvolveu uma variedade de melancia menor, sem sementes e com mais nutrientes que as tradicionais. Enquanto uma melancia convencional pesa em média 15 quilos, a criação da Bayer tem um peso médio de 6 a 8 quilos. “Isso facilita o transporte e armazenagem, bem como evita o desperdício do alimento”, afirma Guilherme Hungueria, especialista de marketing da Unidade de Sementes e Hortaliças da Bayer em entrevista ao Planproject. “O produto ainda é mais saudável, já que contém o dobro de antioxidantes que a melancia convencional, além de possuir um sabor e uma doçura inigualáveis”, acrescenta. A empresa também lançou a Dulciana, uma cebola que não faz chorar pelo fato de apresentar menos ardência que o vegetal convencional.

Alimento como prevenção

Nesse sentido, há também pesquisas focadas no desenvolvimento de alimentos produzidos especificamente para prevenir doenças ou atender as necessidades nutricionais de grupos específicos. Estes estudos defendem que cada pessoa passaria a comer os alimentos que a deixam mais saudável, levando em consideração a sua genética e o seu histórico de doenças. Alimento como prevenção. “Não é mais a mesma comida para todo mundo. Temos de individualizar produtos de acordo com o que o corpo precisa com base na idade ou no sexo, por exemplo. Há muitos parâmetros”, explica a chefe da Nestlé na Alemanha, Beatriz Guillaume-Grabner, em entrevista ao site DW. A proposta da maior empresa de alimentação do mundo é lançar produtos que consigam cada vez mais levar micronutrientes, como zinco e magnésio, para os consumidores.

Quando a soja vira bife

A redução no consumo de carne também tende a se fortalecer nos próximos anos com o desenvolvimento de técnicas e de empresas que ofereçam opções nutritivas e deliciosas de alimentos sem o envolvimento de animais. Exemplos dessa dinâmica são as empresas Impossible Foods, que vende “carne” produzida a partir de plantas em mais de 500 restaurantes nos EUA, e Beyond Meat, que desde 2013 produz “carne” e “frango” feitos de planta.

Reduzir o desperdício de alimentos

também é uma outra tendência que deve crescer. Em um futuro não tão distante, teremos mais empresas como a ResQ, plataforma on-line com atuação na Europa que vende as sobras de cafés e restaurantes. Só para se ter uma ideia, a iniciativa já evitou que 100 mil porções fossem jogadas no lixo.

Entendendo o futuro

Marcas que produzem ou comercializem alimentos devem estar atentas ao que o consumidor vem buscando, e ao que ele tende a buscar. Sabina Deweik, no curso online “Os Novos Paradigmas do Futuro e as Tendências Emergentes”, apresenta os 4 grandes paradigmas que nortearão para onde a sociedade caminhará nos próximos 20 anos. E um dos temas abordados por ela é diretamente relacionado ao que estamos discutindo nesse texto, como o Paradigma Unique & Universal, onde:

  • a antinomia entre o local e o global será deixada permanentemente para trás;
  • será reconhecido o valor dos produtos únicos e locais;
  • produtos locais serão transformados em opções globais;
  • o caráter distintivo das origens e dos processos será comunicado de modo mais transparente;
  • as mídias sociais serão usadas a fim de criar novas lógicas de distribuição e de comunicação, dando aos produtos locais uma melhor oportunidade de se afirmarem no mercado global;
  • customizado, personalizado, distinto passam a ser conceitos relevantes.

Com propostas tão diversas em curso (de alimentos cada vez mais orgânicos e naturais a opções geneticamente modificadas), podemos concluir que o futuro da alimentação será diverso e dependerá do caminho escolhido por cada consumidor. Escolhas distintas e individuais para responder a uma mesma questão. Com qual proposta você mais se identifica?

#escolasaopaulo #descubra #reinvente #viva

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COMO SE TORNAR UMA REFERÊNCIA NO MERCADO PENSANDO EM ECONOMIA CIRCULAR

Como a economia circular está ajudando na gestão de resíduos

Considerada uma das mais interessantes e inovadoras maneiras de lidar com o planeta desenvolvidas nas últimas décadas (sob uma dinâmica na qual crescimento econômico e bem-estar não estão ligados a consumo exacerbado e extrema utilização dos recursos naturais), a economia circular tem sido cada vez mais adotada como ferramenta para gestão de nossos resíduos, uma das grandes questões da atualidade.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil produz 79,9 milhões de toneladas de lixo por ano, em média. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), cerca de 30% de todo o lixo produzido no Brasil tem potencial de reciclagem, mas apenas 3% de fato é reaproveitado. “As pessoas estão percebendo que podemos fazer mais. Estamos em uma transição em que a gestão de resíduo deixa de ser gestão de lixo e passa a ser gestão de recursos.

É pensar aberto: como é que hoje a maior rede de hospedagem do mundo é Airbnb? Ou que existam grandes empresas de transporte urbano como a Uber e Cabify, que não são proprietárias de frota? São esses conceitos que precisamos trazer para a gestão de resíduos. É a criatividade que precisamos despertar, não só em cada um, mas despertar no próprio governo, em parceria com iniciativa privada, para oferecer esses tipos de solução”, explica Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em entrevista ao Estadão.

Iniciativas de sucesso pensando em economia circular

Um exemplo desta mudança de comportamento do mercado é a Ecozinha, projeto criado em Brasília por alguns restaurantes logo após a aprovação da uma que lei que transfere para estabelecimentos comerciais a responsabilidade da destinação dos resíduos produzidos. A iniciativa instalou caçambas e coletores para a separação do lixo reciclável nos restaurantes (resíduos posteriormente recolhidos pelo Sistema de Limpeza Urbana). Como o Distrito Federal não possui espaços para o descarte de vidro, o projeto firmou parceria com a ONG Green Ambiental que faz a coleta e o transporte para usinas de reciclagem em São Paulo. Para cuidar do lixo orgânico, composteiras foram instaladas em um pátio alugado para uso comum e o adubo ali produzido é destinado para agricultores locais. Em resumo, o lixo produzido nos restaurantes é utilizado na produção dos alimentos que serão comprados e consumidos nos restaurantes. Um círculo extremamente positivo que beneficia diversos personagens da cadeia produtiva. “A gestão de resíduos começa no início da cadeia, usando menos recursos para fazer seu produto. Economia circular não é só reciclagem: é já produzir de maneira modular para, na hora que tiver problema, é só fazer manutenção, trocar peça, não precisa de um novo produto”, explica Davi Bomtempo, Gerente Executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também em entrevista ao Estadão.

Imitando a natureza

Lançada em setembro de 2018, a ZEG Ambiental é uma empresa brasileira que desenvolveu um reator que transforma resíduos em gás sem poluir o ar com fumaça ou fuligem, por exemplo. “Imitamos a natureza. Ela decompõe os materiais orgânicos e os transforma em querogênio, que depois é transformado em óleo e gás. Só que esse processo demora milhões de anos, com sobreposição de camadas promovendo uma atmosfera com ausência de oxigênio. A gente faz exatamente isso, só que dentro de um reator”, explica André Tchernobilsky, sócio-fundador da empresa, em entrevista ao Jornal GGN.

O reator tem capacidade de converter até 50 toneladas de sólidos/dia e base seca em fonte de energia. Tchernobilsky explica que o equipamento trabalha com temperaturas acima de 1 mil graus, que facilita a quebra da cadeia molecular dos resíduos. O gás produzido pode ser diretamente injetado no sistema de Geração Distribuída criando energia renovável. A Nexa, empresa do setor mineral, é a primeira a fazer uso da iniciativa substituindo o uso de combustível fóssil (gás natural e óleo) por resíduos em seu processo produtivo. “O que nós já percebemos, e está acontecendo com muito volume, é uma procura para apresentarmos projetos que sejam economicamente e ambientalmente sustentáveis, e percebemos [essa movimentação de] fundos e parceiros locais, brasileiros e também organismos internacionais procurando bons projetos para que a gente possa criar essa economia circular positiva”, afirma Daniel Rossi, presidente da ZEG.

Um outro olhar para inovação

A HP é outra empresa que está tentando adequar sua cadeia produtiva à economia circular. Por meio da operação integrada com as empresas fornecedoras Flextronics e Sinctronics, a multinacional consegue reutilizar em seu processo de produção o plástico que já esteve nas impressoras e nos cartuchos. De acordo com Judy Glazer, diretora global de sustentabilidade da marca, mais de 7,7 milhões de produtos da marca foram fabricados no país com conteúdo reciclado. “Estamos no processo de tornar o processo produtivo muito mais circular do que linear. Temos a aspiração de nos tornarmos uma companhia lixo zero, com decisões que possam direcionar o negócio e ter um impacto positivo de longo prazo. Outra meta é eliminar o uso de matérias-primas virgens no processo produtivo”, afirma em entrevista à Folha de S. Paulo. “É uma aspiração, um objetivo de longo prazo que vai provocar a inovação. Temos um longo caminho, mas colocar isso como meta é um invocativo poderoso. Queremos chegar a 100% de uso de materiais reciclados e de origem renovável nos produtos”, acrescenta.

Para entender melhor sobre economia circular

No curso online de Design Sustentável, Eloisa Artuso reforça que, para conseguirmos transformar um sistema linear em circular, precisamos trazer novas abordagens para os negócios, levando em consideração a longevidade dos produtos, os impactos deles e dos processos de produção, e o fim da vida útil deles, como eles serão descartados e reinseridos em novos ciclos de produção. Para isso, é preciso que tenhamos um olhar sobre o sistema todo, e que passemos a criar novas parcerias entre marcas e designers, com vários atores da indústria, para que esses ciclos comecem a se fechar de uma forma harmônica. Para calcular e mitigar o impacto social e ambiental dos produtos e serviços, ela traz conceitos como ACV (Análise de Ciclo de Vida), Cradle to Cradle e Logística Reversa, pensamentos e propostas que devem estar com as marcas ao lançar um produto ou serviço.

Todos estes exemplos só comprovam o quanto a economia circular é mobilizadora enquanto modelo de desenvolvimento econômico, industrial e social. Mais do que isso, mostram que é possível mantermos uma relação produtiva, equilibrada e saudável com o planeta.

#escolasaopaulo #descubra #reinvente #viva

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DA EXCLUSIVIDADE À INCLUSÃO: UMA NOVA VISÃO DO LUXO

Por Sabina Deweik, do time Humans Can Fly e professora e colunista da Escola São Paulo. 

Quando você pensa em luxo, o que vem a sua cabeça? Exclusividade, status, ostentação, marca? Este conceito vem passando por grandes transformações, acompanhando também as grandes mudanças de comportamento da sociedade. 

Existe hoje uma nova relação entre preço e valor. Na década de 80, por exemplo, aquilo que tinha um preço elevado, tinha um valor alto. Preço e valor tinham uma relação quase que direta, linear. Hoje, nem tudo que tem um preço elevado tem grande valor para as pessoas. Muito pelo contrário. Há experiências de grande valor que são gratuitas ou extremamente acessíveis: fazer download de suas músicas preferidas, ter conexão wi-fi, tomar uma xícara de café com seu melhor amigo ou simplesmente poder se desconectar.
Grande parte das pessoas está deixando para trás o velho conceito do que é luxo no qual o sentido era ter algo que denotava status social. O exibicionismo vai dando espaço para o consumo de luxo ligado a experiências autênticas e empáticas.  

Essa nova visão, me remeteu a um documentário que assisti recententemente: “Minimalism: a documentary about the important things” (Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes), disponível na Netflix. No filme, os amigos de infância Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, os personagens principais, resolvem largar uma carreira estabelecida e um cargo no qual ganhavam um salário de dois dígitos para viver com mais satisfação e menos coisas. A partir daí, escrevem um livro sobre essa experiência e partem para uma viagem pelos EUA para promover o livro. 

Há quem critique a visão de que reduzir, ter menos poder financeiro, trará mais felicidade. Porém, analisando o documentário do ponto de vista dos movimentos sociais emergentes, me dou conta da importância deste tema na atualidade.
Ao longo do filme, especialistas de diversas áreas mostram alguns motivos pelas quais povos ocidentais perpetuam o fenômeno do consumismo desenfreado: a propensão a comprar compulsivamente por conta de sentimentos positivos que este hábito proporciona, a publicidade e o barateamento de produtos, como roupas e eletrônicos. Um dos autores e pensadores que admiro muito, Gilles Lipovetsky se debruça sobre essa questão pontuando no livro A Era do Vazio os efeitos da cultura na qual estamos inseridos: “A cultura pós-moderna é voltada para o aumento do individualismo, diversificando as opções de escolha, cada vez mais opções de escolha sobre tudo em uma sociedade de consumo; levando a perda de uma visão crítica sobre os objetos e valores que estão a nossa volta”. Sobre essa questão do valor venho me questionando imensamente: Qual o valor de X na minha vida? Para que?  consumo consciente coolhuntingQuestionar-se sobre o “para que” e não sobre o “porque” de algo abre uma perspectiva de qual o real valor daquela coisa, daquela experiência para cada indivíduo. Assim, a ideia perpetuada até hoje de que os bens devem ser consumidos mais rapidamente e em maior volume vai se desconstruindo. O Lowsumerism (união das palavras em inglês “low“- baixo com “consumerism” – consumismo), tendência crescente, vêm confirmar estas novas direções. O movimento, que vem ganhando adeptos em todo o mundo, tem como proposta repensar a lógica de consumo na busca por mais consciência e equilíbrio na hora de comprar.  

Ele se instala como uma alternativa a nossa herança consumista desde a Revolução Industrial e do modelo Fordista (nome em homenagem ao criador do método, o americano Henry Ford), que disseminava a produção em série.

Desde lá, a sociedade e o ideal de consumo foi crescendo com o chamado sonho americano e o atual esgotamento do planeta.  

Por coincidência ou não, este ano de 2018, mais especificamente o dia 1 de agosto, foi considerado pela ONG Global Footprint Network, o dia da sobrecarga da terra: em apenas 212 dias de 2018, os 7,4 bilhões de habitantes do Planeta Terra esgotaram os recursos naturais de comida, água, fibra, solo e madeira disponíveis para os 365 dias do ano. Traduzindo em miúdos: a humanidade está em dívida com a natureza. De acordo com a ONG, se não mudarmos nosso padrão de consumo, antes de 2050 precisaremos de dois planetas Terra para conseguir suprir todas as nossas necessidades. Quando pensamos nesta escala de valores, nos damos conta de que o Lowsumerism não é nem mesmo uma tendência. Eu chamaria de emergência. 

No rastro do Lowsumerism surgem outros movimentos como o upcycling; o reaproveitamento de materiais antigos ou que seriam descartados e a economia do compartilhamento; a sharing economy. A era da posse dá lugar a era do acesso: Uber, Airbnb, Coworking, bicicletas compartilhadas, Spotify, Netflix. Hoje é possível alugar uma incrível bolsa de uma marca de luxo e devolvê-la para que outro use, é possível se hospedar numa casa dos sonhos por um bom custo-benefício através de ferramentas como o Airbnb ou ainda trabalhar em um local incrível e conhecer pessoas, como é o caso dos co-workings, sem precisar pagar uma fortuna por um escritório.  Você usufrui, mas não possui. O desejo de consumo não cessa, apenas você não tem mais a posse do produto. Segundo as projeções da consultoria PwC, a economia compartilhada deverá movimentar mundialmente US$ 335 bilhões até 2025 — 20 vezes mais do que se apurou em 2014, quando o setor movimentou US$ 15 bilhões.Consumo consciente empreendedorismo cool huntingNeste sentido, as novas gerações têm sido extremamente importantes para este impulsionamento e para a ressignificação do luxo, imprimindo valores como sustentabilidade, propósito, autenticidade e transparência. 

No relatório “Millennials Drive The Sharing Economy”, conduzido pelo analista da Forrester Jonathan Winkle, a taxa de uso dos Millennials em negócios compartilhados é mais do que quatro vezes maior do que a dos Baby Boomers. Os dados revelam de fato que os Millennials impulsionam a economia compartilhada, em parte porque detêm valores diferentes dos consumidores mais antigos. 

As gerações mais jovens gastam mais em experiências do que em produtos materiais. 

Sinal dos novos tempos é o evento recém lançado em junho de 2018 em Arnhem, Holanda, o State of Fashion, uma iniciativa que apoia e ativa a busca mundial por uma indústria da moda mais justa, limpa e sustentável, conectando designers, empresas, governos, instituições educacionais e consumidores de moda e têxtil. Com o tema “Buscando o Novo Luxo”, as novas definições são exploradas como resposta às urgentes demandas ecológicas e sociais de hoje: menos desperdício e poluição, mais igualdade, bem-estar e inclusão – valores muito cultuados tanto pela geração dos Millennials como pela geração z.  

É dentro deste contexto que o luxo exclusivo vem dando lugar ao luxo acessível e inclusivo. Entramos na era dos Experiential Seekers – consumidores que passam a ter valores pós-materialistas e buscam por experiências intensas e com significado. E para você o que é o verdadeiro luxo?  

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O NOVO MUNDO JÁ É FATO! COMO SE CONECTAR COM ELE?

Por Danilo España, do time Humans Can Fly e colunista da Escola São Paulo. 

Muito se fala sobre um Novo Mundo que está emergindo. Mas afinal, que mundo é esse? Que diferenças ele tem para o mundo atual e como encaramos essa transição? 

Nova Era, Despertar da Consciência, Mundo em Transição, Amanhecer da Galáxia, Nova Ordem Mundial, etc… chame como quiser. Diferentes religiões e culturas ancestrais predisseram que mudanças radicais aconteceriam do período que vivemos em diante. Eles estavam certos? Acredito que sim! 

Participamos de um momento incrível da história da humanidade, onde nunca houveram tantas possibilidades de se experimentar uma nova maneira de pensar, sentir e viver. Cada vez mais pessoas estão buscando por um propósito de vida, querendo trabalhar com algo que faça sentido e lhes dê satisfação verdadeira, querendo sentir que estão colaborando com o mundo em que vivem, buscando mais práticas físicas, mentais e espirituais para alcançar um maior equilíbrio na vida. O acesso à informação e capacidade de organização se multiplicou exponencialmente com a conectividade, a utilização otimizada de espaços e serviços se popularizou através de aplicativos, a espiritualidade passou a ter importância fundamental para a qualidade de vida das pessoas, a tecnologia nos poupou tempo em atividades burocráticas e o compartilhar se tornou uma das palavras mais pulsantes da atualidade. 

Essas características ancoram uma enorme potencialidade, mas para atingir um pleno potencial é preciso que sejam nutridas por certos princípios. Felizmente há indicadores que apontam para uma direção positiva. Termos como: empatia, gratidão, diversidade, interdisciplinaridade, ética, horizontalidade, visão sistêmica, espiritualidade, liderança holística, unidade, sustentabilidade em latu sensu, entre outros, são ouvidos com mais frequência nos últimos tempos.  O que relatei até agora são alguns sinais emergentes do chamado Novo Mundo, que funcionam como uma espécie de norte se desejarmos seguir um caminho evolutivo. Em contrapartida, percebemos que muitas das nossas atitudes como humanidade até hoje se mostraram bastante inconsequentes. Está evidente que certos sistemas e comportamentos precisam ser repensados, simplesmente porque estão nos levando a lugares que não desejamos estar. Se insistirmos no mesmo raciocínio é fato: se apagará a luz no fim do túnel.  Sem querer tirar o mérito preditivo das religiões e culturas ancestrais, acredito que  nós enquanto seres humanos, demos substrato suficiente para que notassem que nosso modus operandi já aponta que estamos indo pelo caminho errado há muito tempo. Por isso não precisamos devanear na ideia de que o novo mundo é algo transcendental, que surgiu do nada. Essa nova maneira de agir, sentir e pensar é a mais legítima tentativa de mudar pra melhor o rumo do nosso planeta e da nossa condição enquanto espécie. 

O curioso é que os valores e princípios por trás das características do Novo Mundo são “eternos”, ou seja, sempre existiram e sempre existirão, o que precisamos é ressignificá-los. E foi quando mais nos aproximamos deles, que a humanidade deu seus maiores e mais consistentes passos, se desenvolveu e prosperou. A questão é que nos distanciamos disso de alguma forma, ficamos ludibriados pelas novidades, ignorando o que nos trouxe até aqui, nos deslumbrando pela ganância, individualismo, poder e acabamos gerando uma desconexão com o outro e com nossa própria essência. Perdemos o real senso de comunidade e experimentamos a perda da nossa humanidade… 

O Novo Mundo está aí, compartilhando seus sinais a quem quiser observar. Está dada a grande oportunidade de resgatarmos as caraterísticas primordiais que nos tornam humanos. Não são devices ou a tecnologia os responsáveis por essa transição, eles podem ser meios e catalizar processos, mas a verdadeira transição só será realizada por aqueles que se atentarem a esses princípios, se dedicarem a entendê-los profundamente e os praticarem em suas vidas, pessoal e profissionalmente. 

Via Exame

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FOME DE QUÊ?

Por Marcelo Cunha Bueno

Somos o que lemos. Cada linha lida, cada página que se vira, cada livro degustado. Somos os filmes a que assistimos. Cada letreiro que sobe, cada cena que marca, cada fala que fica, cada atuação que inspira. Somos as músicas que ouvimos. Cada melodia cantada, cada instrumento que pulsa, cada acorde que nos faz recordar. Somos a memória do que sentimos quando a arte nos invade. Do corpo à alma, somos feitos da estética que nos atravessa ao longo da vida. E quem somos desenha o que fazemos. Nossas ações são diferentes tonalidades do que vivemos na vida. Minha ação profissional é composta pela música que não sai de mim. A ideia que projeta novos trabalhos é feita das imagens que conhecemos durante a vida. Alimentar a alma com arte é tão estruturante quanto alimentar a alma com academicismos (que, aliás, são feitos de arte também). Meu papel como educador é o de dar fome às pessoas que me escutam e fazer com que tenham coragem de entender que suas vidas precisam de escolhas que se conectem ao alimento da alma.  

Marcelo Cunha Bueno é educador há mais de 20 anos, inspirado pelo chão da Escola, especialista em desenvolvimento infantil.

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TALENTO E INSPIRAÇÃO

Por Marcelo Cunha Bueno 

Educação é a dança entre o mundo e as pessoas. É a sinfonia que pode ajudar o mundo a se tornar justo e generoso. A educação deveria ser o movimento que nos conecta aos nossos talentos, aspirações e inspirações. Inspiração é o movimento da alma para se alimentar do mundo. Talento é a maneira criativa de devolver ao mundo aquilo que nos foi oferecido. A escola é o lugar de costura entre talento e inspiração. A educação é a ferramenta que facilita a compreensão e expressão daquilo que queremos e sonhamos. Nós, professores e professoras, somos a voz: do encorajamento, do afeto, da proposição. Fazemos acontecer. Simples assim (?).  

Marcelo Cunha Bueno é educador há mais de 20 anos, inspirado pelo chão da Escola, especialista em desenvolvimento infantil.